A militante comunista e viúva do líder revolucionário Luiz Carlos Prestes, Maria Prestes, morreu nesta sexta-feira (04/02), aos 92 anos, no Rio de Janeiro, vítima da covid-19. Ela estava internada por conta da doença desde o mês anterior.
Pernambucana, filha de camponeses e ativista desde os 13 anos de idade ao lado de seu pai, o dirigente do Partido Comunista Brasileiro (PCB) João Rodrigues Sobral, Maria chega a mudar de nome ao longo de sua vida, de Altamira Rodrigues Sobral para Maria do Carmo Ribeiro, para se proteger da perseguição política.
Em 1952, aos 20 anos de idade, é designada pelo PCB para fazer a segurança de Prestes em São Paulo. Depois de algum tempo, na clandestinidade, eles se casam e têm sete filhos juntos.
Após o golpe de 1964, Prestes, então dirigente do partido, se exila com Maria do Carmo e os filhos na então União Soviética, onde vivem por dez anos.
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O casal convive por cerca de quatro décadas, até a morte do marido, em 7 de março de 1990. Depois disso, a ativista segue na militância e se dedica a disseminar o legado de seu companheiro. Em 2012, publica o livro Meu Companheiro: 40 Anos ao Lado de Luiz Carlos Prestes.
“Partiu uma grande brasileira. Dona Maria Prestes, que também foi Maria do Carmo ou Altamira ou todos os nomes que precisasse usar para seguir lutando por liberdade, democracia e justiça social. Uma comunista orgulhosa de sua luta e a mais maravilhosa avó que alguém poderia ter”, escreveu a cientista política Ana Prestes, neta de Maria Prestes.
Em 2020, Ana e outros dois netos lançam o livro infantil Minha Valente Avó, em homenagem à ativista.
(*) Com Revista Fórum.