O presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, e o líder soviético, Josef Stalin, encontram-se em Yalta, no dia 4 de fevereiro de 1945, para discutir o esforço de Guerra dos aliados contra a Alemanha e o Japão e, também, tentar estabelecer algumas questões diplomáticas preocupantes.
Embora um bom número de importantes acordos fosse alcançado durante a conferência, tensões sobre questões europeias, particularmente o destino da Polônia, pressagiavam o desmoronamento da Grande Aliança, que se desenvolveu entre a União Soviética, os Estados Unidos e a Grã Bretanha durante a Segunda Guerra Mundial, e insinuando a emergência da vindoura Guerra Fria.
Ao encontrar-se na cidade de Yalta, na Crimeia russa de 4 a 11 de fevereiro, Roosevelt, Churchill e Stalin chegavam cada qual com sua agenda para a conferência. Para Stalin, os principais objetivos eram a assistência econômica no pós-guerra e o reconhecimento por parte dos Estados Unidos e da Grã Bretanha de sua esfera de influência na Europa Oriental. Churchill tinha em mente, antes de tudo, a proteção do Império Britânico, mas também queria esclarecer o status político da Alemanha no pós-guerra.
Uma das metas de Roosevelt se concentravam no consenso para a criação das Nações Unidas e em conquistar o apoio efetivo da União Soviética na guerra contra o Japão, uma vez que Hitler já estava praticamente derrotado. Nenhum deles deixou Yalta completamente satisfeito. Não houve definição precisa quanto à ajuda financeira à União Soviética. Muitas questões pertinentes a Alemanha foram diferidas para posterior discussão.
Quanto às Nações Unidas, Stalin queria que todas as 16 Repúblicas soviéticas estivessem representadas na Assembleia Geral, mas concordou com três – a União Soviética como um todo, a Bielorússia e a Ucrânia. Entretanto, os soviéticos concordaram em entrar em guerra contra o Japão 90 dias após a capitulação de Berlim.
Foi sobre o estatuto de pós-guerra da Polônia, porém, que a animosidade e a desconfiança entre Estados Unidos e a União Soviética, que iria caracterizar a Guerra Fria, se tornou mais evidente. As tropas do Exército Vermelho já tinham a Polônia sob controle, um governo provisório pró-comunista já havia sido instalado e Stalin mostrou-se inflexível no sentido de garantir que os interessas da União Soviética nessa nação fossem reconhecidos. Os Estados Unidos e a Grã Bretanha acreditavam que o governo polonês anticomunista no exílio, baseado em Londres, fosse, no entanto, mais representativo do povo polonês.
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Winston Churchill, Franklin Delano Roosevelt e Josef Stalin em Yalta
O acordo final declarou simplesmente que um “governo de bases mais amplas” deveria ser estabelecido na Polônia. Eleições livres para determinar o futuro desse país deveriam ser convocadas em algum momento no futuro. Muitos funcionários norte-americanos mostraram-se desconformes com o acordo, pois acreditavam que este iria “condenar a Polônia a um futuro comunista”. Roosevelt, no entanto, achava que não poderia fazer mais naquele momento, uma vez que o exército soviético ocupava a Polônia.
À medida que a Guerra Fria se tornava realidade nos anos que se seguiram à Conferência de Yalta, muitas críticas de setores de direita à política externa de Roosevelt acusavam-no de “ter se vendido ao inimigo” e ingenuamente ter deixado o caminho livre para Stalin. Contudo, parece pouco provável que Roosevelt tivesse muita escolha. Ele foi capaz de assegurar a participação da União Soviética na Guerra contra o Japão, a URSS declarou Guerra ao país asiático em 8 de agosto de 1945. O presidente dos EUA também conseguiu que fosse estabelecido os princípios básicos das Nações Unidas e fez o possível para resolver as diferenças quanto à questão polonesa.
Com a Segunda Guerra Mundial ainda intensa, seu interesse fundamental era de manter a Grande Aliança, com o que Stalin estava de acordo. Ambos acreditavam que as questões políticas problemáticas poderiam ser adiadas e resolvidas após o término da guerra. Infelizmente, Roosevelt, no entanto, jamais teve esta oportunidade. Quase exatamente dois meses após o encerramento da conferência, em 12 de abril, sofre um ataque cardíaco e falece.
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4/2/1536 – Francisco I, rei da França, se alia com Soliman o Magnífico, sultão otomano, aliança de um país cristão com outro muçulmano
4/2/1789 – É eleito por unanimidade pelos 69 eleitores presidenciais, George Washington, como o primeiro presidente do país
4/2/1944 – Escrita sob a ocupação nazista é apresentada a peça Antigona de Anouilh
4/2/1969 – Arafat é eleito presidente da OLP