“Assim Falou Zaratustra” (Also sprach Zarathustra, em alemão) é um poema sinfônico do compositor Richard Strauss, inspirado no tratado filosófico de mesmo nome de Friedrich Nietzche. O próprio Strauss regeu a estreia na cidade de Frankfurt em 27 de novembro de 1896. A introdução tornou-se muito conhecida por ter sido usada como tema musical no filme 2001: Uma Odisseia no Espaço de Stanley Kubrick.
Quem foi Richard Strauss
Nascido em Munique em 11 de junho de 1864, o pai, Franz Strauss, professor de música, lhe proporciona um contexto musical propício. Richard Strauss recebe suas primeiras lições de piano em 1868 e, a partir de 1875, passa a frequentar as aulas de composição e instrumentação de Franz Meyer, regente da orquestra da Corte. Hermann Lévi, maestro da Opera de Munique rege em 1881 sua Sinfonia em ré menor. No mesmo ano publica seu primeiro opus, Marcha-festival para grande orquestra composta quando tinha 13 anos.
Strauss ingressa na Universidade de Munique em 1882 e segue estudos de filosofia, estética e história da arte. Conhece em 1884 o grande maestro Hans von Bülow que iria difundir suas obras ao grande público. Ele rege sua Serenata para Instrumentos de Sopro e o convida no ano seguinte a Meiningen, como maestro-assistente. Lá se encontra com Brahms e Alexandre Ritter, primeiro violinista da orquestra que lhe abre o universo de Liszt e de Wagner.
Faz sua primeira viagem à Itália em 1886 e outra no ano seguinte, onde compõe seus primeiros poemas sinfônicos: “Para os Italianos” e “Don Juan”. A fim de se restabelecer de uma doença, parte para a Grécia em 1892. No ano seguinte vai à Sicília e ao Egito. Compõe Guntram, sua primeira ópera em Weimar em 1894. Casa-se com Pauline de Ahna em setembro do mesmo ano.
Em 1896 assume a regência titular da Opera de Munique. Paralelamente sucede ao seu protetor Hans von Bülow à frente da Orquestra Filarmônica de Berlim. Em 1898, sucede a Felix von Weingartner na direção da Opera de Berlim. Em 1900, em Paris, conhece Hugo von Hofmannsthal que seria o libretista de suas mais famosas óperas: Electra, O Cavaleiro da Rosa, Ariane na Ilha de Naxos, A Mulher sem Sombra, A Helena Egípcia, Arabella.
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Compositor dedicaria música a Joseph Goebbels, ministro da propaganda no regime nazista
Em 1905, compõe Salomé sobre um texto de Oscar Wilde em Dresde. No mesmo ano publica em alemão e com sua própria revisão o Grande Tratado de Instrumentação de Hector Berlioz. Em 1917, colabora com a criação do Festival de Salzburgo, admirado de Mozart que era. Assume em 1919, a codireção da Opera de Viena ao lado de Franz Schalk. Abandona todas as suas funções em 1924 para se dedicar à composição. Em 1931 pede a Stefan Zweig que assine o libreto da ópera A Mulher Silenciosa.
Canção a Joseph Goebbels
Quando os nazistas tomam o poder na Alemanha, aceita dirigir a Câmara de Música do Reich. Não compartilha da ideologia racista do regime, mas dedica uma canção a Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha Nazista. Substitui em 1933 os maestros Otto Klemperer e Arturo Toscanini que se recusam a reger no Festival de Bayreuth sob o regime nazista, como este último havia recusado de fazê-lo sob o fascismo italiano.
Apesar de exigir que o nome de Zweig constasse dos cartazes de A Mulher Silenciosa, comprometeu-se com o governo a participar das manifestações oficiais e enriquecer com sua arte e imagem os assuntos caros ao regime. Compõe o Hino Olímpico para os Jogos Olímpicos de Berlim de 1936.
Depois de manifestar preocupação com os primeiros processos de desnazificação em 1945 retira-se com sua mulher para a Suíça. Em 1949, retorna à Alemanha, falecendo em Garmisch–Partenkirchen, Bavária, em 8 de agosto de 1949.
Musicalmente, Strauss levou a atonalidade a paroxismos de histeria em Salomè e, principalmente, em Electra, a mais atonal das partituras do compositor. No entanto, em O Cavaleiro da Rosa resolveu voltar atrás, mesclando valsas e suaves melodias tonais com todo o arrojo das tendências musicais contemporâneas.