O governo francês apresentou, nesta quarta-feira (25/02), um plano para favorecer o diálogo com a comunidade muçulmana no país e prevenir atos islamofóbicos, em aumento desde os atentados de princípios de janeiro em Paris.
O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, especificou que um dos principais objetivos é a prevenção das violência a comunidade muçulmana, que conta com cerca de quatro milhões de membros.
Agência Efe
Ataque à Charlie Hebdo gerou ampla comoção na França
Cazeneuve comunicou a criação de uma instância de diálogo com o fim de melhorar o intercâmbio entre as instâncias governamentais e as instituições que representam a coletividade islâmica.
Leia também: 'Islamofobia virou ideologia rotineira na França', analisa autor de livro sobre muçulmanos
A iniciativa, apresentada nesta quarta, no Conselho de ministros semanal, contempla duas reuniões anuais do premiê francês, Manuel Valls, com organismos e representantes da comunidade muçulmana francesa, explicou Cazeneuve à imprensa.
Entre os temas que serão trabalhados estão a formação dos ímãs (sacerdotes), a melhoria da representação do islã e a garantia da segurança dos lugares de culto, como enfatizou o titular do Interior.
Cazeneuve acrescentou que serão implementadas medidas para conseguir um melhor conhecimento e difusão de tudo o que for relacionado a essa cultura.
O CCIF (Coletivo contra a islamofobia na França), reportou recentemente que os atos islamofóbicos aumentaram 70% no mês decorrido depois do ataque contra a revista satírica Charlie Hebdo, perpetrado em 7 de janeiro.
NULL
NULL
Neste período, apenas em ataques contra mesquitas ou lugares de culto, foram contabilizados 33 casos.
Ao todo, foram registrados 153 atos. Durante todo o ano 2014, notificaram-se 133 fatos.
“A situação desde os atentados não é mais que o espelho aumentado do que ocorria antes. Registram-se o mesmo tipo de atos, mas de forma mais violenta e mais frequente”, assinalou o CCIF.
O Observatório Nacional contra a Islamofobia opina que a situação é inadmissível. “Pedimos aos poderes públicos que, para além dos discursos tranquilizadores, passem aos atos para pôr fim a esta praga”, enfatizou.