O Ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, afirmou na última sexta-feira (02/09) que ao estender a aplicação da “Lei do Comércio com o Inimigo” – estatuto de 1917 que apoia o embargo econômico à ilha, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden torna-se o décimo segundo chefe norte-americano a ratificar a estrutura que sustenta a política de bloqueio contra Havana.
O chanceler cubano ainda declarou por meio das redes sociais que a política de bloqueio dos EUA em relação a Cuba é “rejeitada por quase todos os países membros da comunidade internacional”.
Al extender la aplicación de la “Ley de comercio con el enemigo”, Biden se convierte en el 12° presidente de EEUU en ratificar el marco q sostiene la política de abuso vs #Cuba y su pueblo, q es rechazada por casi todos los países miembros de la comunidad intl.#EliminaElBloqueo pic.twitter.com/wdKAUKFOhb
— Bruno Rodríguez P (@BrunoRguezP) September 2, 2022
O presidente cubano Miguel Díaz-Canel também se pronunciou, reafirmando a “vontade de Cuba de resistir ao bloqueio econômico, comercial e financeiro que os Estados Unidos mantêm contra a ilha há mais de seis décadas”.
“Biden não se atreveu a tirar nosso ‘pretexto’ e assinou a continuação do bloqueio”, disse Díaz-Canel.
Flickr
Prolongamento do bloqueio ignora rejeição da maioria absoluta da comunidade mundial, expressa anualmente na ONU
Também na sexta-feira, Biden assinou a prorrogação da lei que prolonga o bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba por mais um ano.
Em um memorando divulgado pela Casa Branca e enviado aos escritórios do Secretário de Estado Antony Blinken e da Secretária do Tesouro Janet Yellen, Biden disse que a prorrogação da medida unilateral é baseada na medida emitida em 7 de setembro de 2021, que deveria expirar em 14 de setembro.
Ele disse que a decisão “é do interesse nacional” dos EUA, acrescentando que a prorrogação será válida até 14 de setembro de 2023.
O chamado “Trading with the Enemy Act” é um estatuto de 1917 a que John F. Kennedy recorreu em 1962 para implementar o bloqueio econômico contra Cuba, após várias decisões executivas que haviam sido aplicadas desde 1959 por seu predecessor Dwight Eisenhower. A regra tem sido renovada desde então, ano após ano, pelas sucessivas administrações norte-americanas. Esta legislação autoriza o presidente a impor e manter restrições econômicas aos estados considerados hostis.
O prolongamento repetido do bloqueio ignora a rejeição da maioria absoluta da comunidade mundial, expressa anualmente na ONU, de uma política que ignora o contexto da covid-19.
(*) Com Cubadebate e Telesur