Liz Truss renunciou ao cargo de premiê do Reino Unido na tarde desta quinta-feira (20/10), após apenas 44 dias de governo, marcados por tentativas falhas de implementar um novo plano econômico, renúncias de chefes de pasta, e suspensão de medidas que havia anunciado.
Ao renunciar em Downing Street, sede do governo britânico, Truss declarou que chegou ao cargo “em um momento de grande instabilidade econômica e internacional”, afirmando também que a Grã-Bretanha foi “atrasada por muito tempo pelo baixo crescimento econômico”. As informações são do veículo britânico The Guardian.
Truss também afirmou que conversou com o Charles III, para notificá-lo de que está se demitindo do cargo de líder do Partido Conservador.
Segundo a britânica, seu governo “entregou contas de energia” e cortou o seguro nacional assim como “estabeleceu uma visão para uma economia de baixo imposto e alto crescimento que tiraria proveito das liberdades de Brexit”.
Antes de tomar a decisão, Truss se reuniu com o presidente do Comitê de 1922 – grupo parlamentar do Partido Conservador na Câmara dos Comuns britânica – Graham Brady. Durante o encontro, eles “concordaram que haverá uma eleição de liderança a ser concluída dentro da próxima semana”.
“Isto garantirá que permaneçamos no caminho para entregar nossos planos fiscais e manter a estabilidade econômica e a segurança nacional de nosso país”, afirmou a conservadora Truss ainda disse que permanecerá como primeira-ministra até que um sucessor seja escolhido.
“Reconheço que, dada a situação, não posso cumprir o mandato para o qual fui eleita pelo Partido Conservador”, concluiu Truss. Ela foi a 5ª e última chefe do Executivo a ser aprovada por Elizabeth II e a 56ª da história do país.
Twitter/Liz Truss
Liz Truss renunciou ao cargo de premiê do Reino Unido na tarde desta quinta-feira (20/10)
Resposta Trabalhista e dos Liberais Democratas
Membros do Partido Trabalhista e dos Liberais Democratas já se manifestaram, exigindo eleições gerais imediatamente.
Keir Starmer, líder do Labour, disse, em declaração: “O Partido Conservador mostrou que não tem mais um mandato para governar”.
“Após 12 anos de fracasso da Tory, o povo britânico merece muito melhor do que esta porta giratória do caos. Nos últimos anos, os Conservadores estabeleceram um recorde de alta tributação, destruíram nossas instituições e criaram uma crise de custo de vida. Agora, eles derrubaram a economia de tal forma que as pessoas estão enfrentando 500 libras a mais por mês em suas hipotecas”, continua o documento.
Starmer ainda afirma que “cada uma destas crises foi feita em Downing Street, mas paga pelo público britânico”, dizendo que “devemos ter a chance de começar de novo. Precisamos de uma eleição geral – agora”.