Os principais sindicatos franceses qualificaram a reunião realizada nesta quarta-feira (05/04) com o governo sobre a reforma da previdência, liderada pela primeira-ministra, Elisabeth Borne, como um “fracasso” e convocaram uma nova mobilização massiva para a próxima quinta-feira (06/04).
Segundo os sindicalistas, a primeira-ministra iniciou os diálogos disposta a discutir propostas trabalhistas, mas que o aumento da idade mínima para aposentadoria em 64 anos, um das principais pontos que os manifestantes exigem mudança, seria mantida.
“É necessariamente um fracasso”, disse Cyril Chabanier, presidente do sindicato da Confederação Democrática do Trabalho da França (CFTC), após o encontro dos líderes das oito principais centrais sindicais com Borne.
“A primeira-ministra tem dito que quer manter o seu texto e essa é uma decisão séria já que a reforma é rejeitada por quase toda a população”, acrescenta Chabanier, que considera que a reforma da previdência “injusta e brutal”.
O secretário-geral da Confederação Democrática Francesa do Trabalho (CFDT, primeira federação do país), Laurent Berger, reclama que Borne só convocou os sindicatos para o diálogo “agora que o processo de aprovação da lei já está concluído”.
Twitter/Anonyme Citoyen
Manifestantes e sindicalistas nova mobilização massiva contra reforma da previdência para próxima quinta-feira (06/04)
Já a nova líder da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Sophie Binet, considerou a reunião “inútil”, que durou pouco mais de uma hora, e considerou que a administração do presidente Emmanuel Macron é “um governo radicalizado, obtuso e desconectado” da realidade.
“O governo é responsável pela desordem”, acrescentou Binet, garantindo que as mobilizações devem continuar “até que o governo entenda que não há outra saída senão a retirada desta reforma”.
Também nesta quarta-feira, vários manifestantes penduraram uma faixa contra a reforma da previdência no topo do Arco do Triunfo, em Paris, um protesto que levou ao fechamento do monumento por uma hora.
Por sua vez, Macron faz uma visita diplomática à China junto com a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen com o objetivo de trabalhar nas relações com Pequim e mediar o conflito entre Rússia e Ucrânia. Mesmo em viagem, segundo o portal RFI, Macron informou que planeja receber os líderes sindicais nas próximas semanas.
(*) Com TeleSUR