O Movimento Criando Oportunidades (Creo, por sua sigla em espanhol), partido do presidente equatoriano Guillermo Lasso, anunciou nesta terça-feira (06/06) que não apresentará candidato presidencial e tampouco disputará as vagas para a Assembleia Nacional (Legislativo unicameral), nas eleições antecipadas que serão realizadas no Equador entre os meses de agosto e outubro.
A decisão foi tomada dois dias depois que o próprio Lasso confirmou que não disputará o pleito, cujo primeiro turno está marcado para o dia 20 de agosto – caso seja necessário um segundo turno para as presidenciais, ele ocorrerá em 15 de outubro.
“Decidimos deixar nossos apoiadores livres para votar em quem eles acharem melhor”, afirmou o comunicado do Creo.
O partido também explicou que os militantes que quiserem competir para cargos legislativos como independentes, sem o apoio político nem financeiro da legenda, também estariam livres para fazê-lo. Nas eleições antecipadas, serão escolherão 137 novos representantes para a Assembleia Nacional.
Esteban Bernal, presidente do Creo, ressaltou que, no caso da eleição presidencial, a legenda não apoiará nenhuma candidatura de outros partidos de direita, seu setor político.
Presidência do Equador
Presidente Guillermo Lasso decidiu não concorrer nas eleições antecipadas do Equador, marcadas para o próximo mês de agosto
As eleições antecipadas no Equador são resultado do decreto de “morte cruzada” imposto por Lasso no início do mês de maio, medida com a qual ele dissolveu a Assembleia Nacional, interrompendo o processo de impeachment que enfrentava, e que tinha grandes chances de ser aprovado – dias antes dessa decisão, a oposição havia aprovado uma resolução contrária à defesa do mandatário com 88 votos a favor, mostrando que esse setor tinha quase os 92 apoios necessários para destituir Lasso em uma eventual votação final.
Pesquisa eleitoral
No dia 25 de maio, a consultora Click Report publicou uma pesquisa indicando que Lasso tem 81,2% de imagem negativa.
A pesquisa também realizou a que, até agora, é a única medição relativa às eleições antecipadas. Nela, 32,3% dos entrevistados disseram estar dispostos a votar na opção “candidato do Revolução Cidadã”, em referência ao principal partido de esquerda do país, liderado pelo ex-presidente Rafael Correa.
Vale lembrar que o próprio Correa não poderá se candidatar, já que se encontra em asilo político na Bélgica, em função de processos que responde na Justiça por denúncias de corrupção – os quais ele acusa de serem “operações de lawfare”, inclusive comparando sua situação com a enfrentada por Cristina Kirchner na Argentina e com as que enfrentou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil, antes de ser eleito para o seu terceiro mandato.
O ambientalista Yaku Pérez, do partido Somos Água, aparece em segundo na pesquisa, com 25,2% das intenções de voto. Ele foi o terceiro colocado nas eleições de 2021.
Outros nomes que aparecem na pesquisa são os de Otto Sonnenholzner (direita liberal), com 23,4%; Fernando Villavicencio (centro-direita), com 19,1%; e Leonidas Iza (movimento indígena), com 15,1%.
(*) Com informações de RT e Bloomberg