O Conselho Nacional de Defesa e Segurança de Mianmar (NDSC) estendeu o estado de emergência no país por mais seis meses, nesta segunda-feira (31/07), adiando as eleições pela quarta vez consecutiva desde o golpe de Estado em 2021.
Com o golpe, o vice-presidente de Mianmar, Myint Swe, assumiu a presidência interina do país. A partir da extensão da medida, Swe transferiu o poder para o chefe militar Min Aung Hlaing.
Por sua vez, o prolongamento da medida impede a realização das eleições, que estavam marcadas para o próximo mês de agosto.
Segundo o jornal local, Myanmar Now, desde o golpe em 2021, que derrubou a então presidente Aung San Suu Kyi por suposta fraude nas eleições de 2020, os militares haviam prorrogado o estado de emergência três vezes, cada uma durando seis meses.
O jornal ainda aponta que a Constituição do país, elaborada em 2008 pelo próprio exército do país, determina que um estado de emergência que antecede eleições possa ter apenas duas prorrogações de seis meses, sendo esta a quarta.
Wikicommons
Chefe militar Min Aung Hlaing assume presidência interina do país com nova medida
Líder deposta deixa prisão
A ex-líder civil de Myanmar, Aung San Suu Kyi, destituída pelo golpe militar em 2021, foi transferida da prisão para uma instalação do governo na segunda-feira (24/07).
A ativista e vencedora do Nobel da Paz havia sido vista apenas uma vez desde o golpe, através de fotografias divulgadas pela mídia estatal em que aparecia em um tribunal.
Desde então, havia preocupações a respeito da saúde da líder política, que tem 78 anos de idade. Ela foi condenada a 33 anos de prisão por uma série de acusações, incluindo corrupção, posse de dispositivos de comunicação ilegais e violação de restrições durante a pandemia.
Grupos de defesa dos direitos humanos definiram o processo como uma “farsa” e “projetado” para excluí-la da política nacional.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o golpe de estado levou à fuga de mais de 1 milhão de pessoas da nação no sudeste asiático.
(*) Com TeleSUR