Atualizada em 21 de agosto, às 09h50
A candidata do Revolução Cidadã, Luisa González, venceu o primeiro turno das eleições deste domingo (20/08) no Equador e avança ao segundo turno contra Daniel Noboa, direitista da coalizão Ação Democrata Nacional (ADN).
Com mais de 70% das urnas apuradas, González angariou 33,3% dos votos, enquanto Noboa obteve 23,6%. O segundo turno será no dia 15 de outubro.
De acordo com a Constituição equatoriana, para vencer a eleição presidencial no primeiro turno, o candidato deve obter mais de 50% dos votos ou mais de 40% dos votos, abrindo 10 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado.
Com os resultados, González disse que o Equador requer “paz, trabalho, segurança e que voltemos a ser livres”. A candidata apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa também pediu “união” dos equatorianos: “setor privado, público, todas as forças do país para construir essa visão de Pátria que nos dê condições dignas para todos e não apenas para um pequeno grupo”, afirmou ela.
González também disse que sua chapa, com Andrés Arauz na vice, querem 18 milhões de equatorianos “com dignidade” e afirmou que a “Pátria voltará com esperança, dignidade e segurança”, destacando que sente “uma alegria imensa”.
Por sua vez, Noboa declarou-se rival de González para disputar o segundo turno das eleições presidenciais no Equador: “não será a primeira vez que um novo projeto dá uma reviravolta no 'establishment' político. em fazer política é o que nos trouxe aqui”.
O candidato disse acreditar que “temos um grande projeto e fizemos uma excelente campanha no. O que precisávamos era aumentar a sensibilização e isso conseguiu-se com o debate”, afirmou. Noboa disse ainda que a única aliança que tem é “com o povo, e com isso venceremos o segundo turno”.
eprodução/ @LuisaGonzalezEc
Resultados deram vitória de Luisa González no primeiro turno, mas que será decidida de fato no segundo turno
O restante dos candidatos presidenciais se manifestou no decorrer da noite, reconhecendo a derrota e evitando o apoio explícito a qualquer um dos dois candidatos restantes.
Com os resultados oficiais sendo publicados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o terceiro lugar está sendo ocupado por Christian Zurita, com 16,5%, que substituiu Fernando Villavicenciou após o candidato ser assassinado a tiros em Quito.
Já o direitista Jan Topic, que aparecia nas pesquisas com potência de avançar ao segundo turno, está com 14,7%. O centrista Otto Sonnenholzner aparece em quinto, conquistando 7%.
Yaku Pérez, que neste ano concorreu pela coligação Claro que se Pode, tem 3,93%. Bolívar Armijos e Xavier Hervas não chegam a 1%.
Estes números recordam um mesmo quadro da eleição de 2021. Naquele pleito, Arauz, candidato de Correa e que forma chapa com González, teve 32,72% dos votos no primeiro turno, contra 20% de Guillermo Lasso, e terminou derrotado depois. No segundo turno, o atual presidente equatoriano fez 52,51% e Arauz, 47,49%.
Os equatorianos votaram neste domingo para presidente e vice, os 137 integrantes da Assembleia Nacional e ainda em duas consultas populares sobre temas ecológicos. Os candidatos eleitos terão um mandato até 2025, um período curto já que esta eleição foi antecipada pelo mandatário Lasso, que, para escapar de um impeachment, decretou por meio do mecanismo jurídico chamado 'morte cruzada' um novo pleito, fim do seu governo e dissolveu a Assembleia Nacional.