Acabou sem acordo, na madrugada desta quarta-feira (30/07), a primeira rodada de reuniões entre representantes do governo da Argentina e dos fundos de investimentos chamados de “abutres” pela presidente Cristina Kirchner.
Após horas de conversas em um escritório de Nova Iorque, nos Estados Unidos, o ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, afirmou aos meios de comunicação presentes que as partes iriam fazer uma pausa antes de retomar as reuniões nesta quarta, prazo final para que a Argentina pague os credores de sua dívida reestruturada.
Wikicommons
O ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, está em Nova Iorque para negociar com fundos de investimento.
A delegação argentina tenta convencer os fundos de investimento, que se negaram a entrar no plano de reestruturação da dívida externa do país, a pedirem mais tempo ao juiz norte-americano Thomas Griesa para negociar o valor a ser pago pelo governo sul-americano. O juiz congelou a última parcela paga pela Argentina aos seus credores, considerando que o país deve pagar os fundos “abutres” ao mesmo tempo.
Com mais tempo, a Argentina poderia liberar o dinheiro congelado por Griesa e permitiria que o país adiasse para o próximo ano o pagamento do dinheiro reclamado pelos fundos “abutres” – aproximadamente 1,3 bilhão de dólares.
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Os fundos de investimento compraram papéis da dívida argentina com preços baixos e se negaram a entrar na negociação da reestruturação da dívida do país com o objetivo de obrigar, por via judicial, que o governo argentino pague o preço estipulado na hora da venda.
No contrato assinado com os credores que aderiram ao plano (92% do total), a Argentina incluiu uma cláusula de direitos sobre ofertas futuras (Rufo, na sigla em inglês), segundo a qual a nação sul-americana não pode oferecer um acordo melhor a outros credores sem estender a oferta a todos os outros.
A cláusula Rufo tem validade até o fim deste ano e, por isso, a Associação de Bancos Privados de Capital Argentino (ADEBA) colocou à disposição dos fundos 250 milhões de dólares como sinal de boa fé do país e para facilitar o acordo entre as duas partes.
Se, até a meia-noite de hoje, a delegação argentina não conseguir um acordo, o país entrará em default (um calote técnico), já que não poderá cumprir com o pagamento aos credores.