No mesmo dia em que as Nações Unidas noticiaram que pelo menos 140 pessoas morreram em confrontos registrados há uma semana no sul do Sudão, um grupo de dez organizações humanitárias internacionais alertou para o risco de o acordo de paz firmado no país africano em 2005 ruir. Segundo as fontes, entre elas a Oxfam, Christian Aid e Médicos Sem Fronteiras, a combinação de violência, pobreza crônica e tensões políticas pode resultar numa grave crise.
O tratado de paz, feito em 2005, encerrou a guerra civil que durou 22 anos e deixou cerca de 1,5 milhão de mortos na região. Contudo, apesar da presença de cerca de 10 mil tropas de paz no sul do país, por volta de 2,5 mil pessoas foram mortas em 2009. Esse acordo permitiu que o Partido Nacional do Congresso (NCP) do presidente, Omar al-Bashir, radicado no norte do país, dividisse o governo com o Movimento pela Liberação do Povo do Sudão (SPLM), formado por rebeldes do sul.
Em 2011, haverá um referendo no país sobre a separação da região sul do resto do país. Darfur, apesar do baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), é rica em petróleo.
“Após cinco anos de paz, o sul do Sudão ainda é uma das regiões mais pobres no planeta. As pessoas esperavam que a paz trouxesse o desenvolvimento, mas isto aconteceu muito devagar e, em algumas áreas, nem aconteceu. Doadores internacionais e o governo precisam, urgentemente, ajudar mais a área”, declarou Francisco Roque, diretor da organização Save the Children no Sudão.
Menos da metade da população tem acesso à água potável e a taxa mortalidade materna é uma das mais altas no mundo. Quase 80% da população adulta é analfabeta e uma em cada sete crianças morre antes de completar cinco anos.
Massacre
De acordo com as Nações Unidas, os cerca de 140 mortos registrados no sul do Sudão só foram revelados após a visita de uma missão da organização. “As fontes locais falam de pelo menos 140 mortos, 90 feridos e 30.000 cabeças de gados roubadas”, afirmou a chefe das operações humanitárias da ONU no sul do Sudão, Lise Grande.
Capacetes Azuis da ONU foram enviados a essa zona remota para tentar obter mais informações. Muitos mortos pertenciam à tribo Dinka, que teria sido atacada pela tribo Nuer, segundo fontes locais.
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