Algumas semanas após o acordo histórico entre Irã e o G5+1, as negociações sobre o programa nuclear iraniano foram suspensas nesta sexta-feira (13/12), após os Estados Unidos divulgarem sanções contra entidades que colaboram com Teerã. Chamada de “lista negra”, o documento do Departamento do Tesouro inclui diversas empresas e pessoas físicas que não cumpriram orientações norte-americanas em relações comerciais com o governo iraniano.
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Segundo informações da AP, como parte das sanções, o governo norte-americano congelou ativos de empresas do Panamá, da Ucrânia, de Cingapura e de outros países que são acusadas de fazer negócios com a transportadora estatal de petróleo do Irã. Elas também ficarão proibidas de negociar com companhias dos EUA.
Carlos Latuff
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O vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Seyed Abade Araqchi, criticou em declarações à Agência Irna a ampliação das sanções por parte de Washington. Araqchi, que integra a equipe negociadora iraniana em Viena, assegurou que a medida “contradiz a verdadeira essência do acordo alcançado em Genebra”.
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Na ocasião, como parte do acordo, as potências mundiais aceitaram não impor novas sanções ao Irã caso o governo se comprometesse em limitar partes de seu programa nuclear, como o enriquecimento de urânio a um nível de 20%. Com a “lista negra” e novas sanções dos EUA, as negociações com o G5+1 podem ficar enfraquecidas.
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A justificativa oficial para o adiamento, segundo porta-voz da diplomacia da União Europeia, é que Irã e outras potências do G5+1 decidiram “fazer consultas a seus governos centrais antes de seguir com as negociações sobre o acordo”. “Após quatro dias de longas e detalhadas conversações, que refletem a complexidade dos temas técnicos tratados, está claro que precisamos seguir trabalhando. Agora as capitais serão consultadas com a esperança de que as negociações técnicas continuem em breve”, disse em nota oficial.
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No primeiro encontro após o acordo em Genebra em 24 de novembro, membros do Conselho de Segurança da ONU afirmaram na noite desta quinta-feira (12) que o acordo nuclear com o Irã é “bem vindo” e traz grande avanço nas negociações. No entanto, alertou que as sanções ainda estão em vigor.