Tanto os advogados do presidente do Equador, Rafael Correa, quanto do diário El Universo, apresentaram nesta sexta-feira (22/07) seus recursos judiciais para contestarem uma decisão que condenou os diretores e um ex-editor do rotativo da publicação a três anos de prisão e ao pagamento de uma indenização de 40 milhões de dólares ao líder.
A apelação apresentada por Alembert e Gutemberg Vera, advogados de Correa, considera que a quantia não é suficiente, já que “deve se considerar que o dano causado a Correa é irreparável, pois o editorial ficará nos anais da história, nas bibliotecas do país e do mundo e constará na internet permanentemente”.
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Já os advogados da companhia do diário El Universo apresentaram um recurso de apelação da sentença e outro de nulidade do processo, porque, segundo eles, não se pode processar uma pessoa jurídica, ou seja, uma empresa. Eles também afirmam que a decisão é incompleta porque fixa a multa, mas não a responsabilidade penal da companhia.
O subdiretor do periódico, César Pérez, ressaltou que nem os diretores nem o diário têm os 40 milhões de dólares exigidos como indenização a Correa. “Esse dinheiro não o vimos, não o temos. Efetivamente teremos que trabalhar no diário durante quase 40 anos sem investir e sem aumentar salários para pagar ao cidadão Rafael Correa”, disse Pérez à imprensa.
Correa foi à Justiça contra o El Universo em março devido a uma coluna na qual o ex-editor do diário Emilio Palacio assegurava que, durante o levante policial de 30 de setembro de 2010, o líder teria ordenado “fogo à vontade e sem prévio aviso contra um hospital cheio de civis e gente inocente”.
O líder esteve retido durante grande parte desse dia no hospital policial e foi resgatado após uma operação levada a cabo por forças leais em meio a um intenso tiroteio.
A decisão da Justiça gerou manifestações de apoio ao El Universo na quinta-feira, quando centenas de pessoas se concentraram nos arredores do periódico em Guayaquil com cartazes que tinham mensagens como “Queremos viver em liberdade, sem mordaça”, “Não nos calarão” e “Livres, não escravos”.
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