O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse nesta terça-feira (08/11) que seu governo não precisa de armas atômicas para manter os Estados Unidos longe das riquezas do país e que continuará com seu programa atômico pacífico, em declarações divulgadas pelas TVs públicas iranianas.
“Se os EUA cumprirem suas ameaças militares terão uma resposta arrasadora e se arrependerão”, declarou Ahmadinejad, quem condenou os esforços de Washington em “saquear” outros países, além do Irã.
Em uma reunião sobre a leitura do Alcorão nesta terça em Teerã, Ahmadinejad detalhou que o Irã tem um orçamento anual de 250 milhões de dólares para pesquisa nuclear, a qual garante somente ter objetivos pacíficos e civis.
O presidente acusou o governo norte-americano de possuir cinco mil bombas nucleares e de usar 81 bilhões de dólares de orçamento extraordinário para aumentar seu arsenal nuclear em 2011. “É mais de 300 vezes o orçamento da pesquisa nuclear iraniano”, afirmou.
“Os países que produzem e acumulam bombas atômicas são os perigosos e não a República Islâmica do Irã”, afirmou o governante iraniano em referência, além dos EUA a Israel, que organismos internacionais de estudos militares dizem ter arsenal não declarado de 300 bombas atômicas.
Ahmadinejad afirmou que o Irã não vai abandonar seus objetivos nacionais de desenvolver energia atômica para fins civis “por causa de pressões externas”. O chefe de Estado também questionou o fato de os EUA voltarem a dizer que desejam uma mudança na relação entre os dois países e buscar uma aproximação,ao mesmo tempo em que mantém uma “política equivocada de confronto”.
O líder iraniano citou a Primavera Árabe, chamada de “despertar islâmico” pelo regime de Teerã, que em sua opinião, se inspirou na Revolução Islâmica do Irã de 1979, além dos protestos dos manifestantes no Ocidente e acrescentou: “as nações despertaram e agora se opõem a Washington”.
O presidente criticou ainda o trabalho da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) e acusou seu diretor-geral, Yukiya Amano, de agir fora de sua jurisdição e violar as normas do órgão dependente da ONU ao “repetir as palavras ditadas por Washington”.
As declarações de Ahmadinejad ocorrem às vésperas da publicação de um relatório da AIEA que, de acordo com a imprensa internacional, aponta que o Irã fabrica armas nucleares.
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