A Alemanha afirmou nesta terça-feira (02/08) ser contra uma intervenção militar na Síria e argumentou que a situação no país é diferente da vivida na Líbia. “No caso da Líbia tínhamos uma resolução da União Africana e da Liga dos Estados Árabes, aqui não temos nenhuma das duas coisas, nem nada parecido”, declarou o secretário de Estado de Relações Exteriores germânico, Werner Hoyer, à rede pública ARD.
Ele ressaltou que a situação na Síria é “de conflito, com um grande potencial de agravamento”, por isso recomendou “muita prudência”. A oposição síria pediu para que não aconteça uma intervenção militar para não fazer o jogo do regime, que considera a resistência uma operação dirigida a partir do exterior e que não do povo.
Hoyer pediu um amplo apoio internacional contra o regime do presidente sírio, Bashar al Assad. “Todas as medidas serão mais efetivas quantos mais países participem delas”, ressaltou. Neste sentido indicou que a Alemanha adquire 1% de seu petróleo da Síria e que se renunciasse ao mesmo “não sofreria nenhuma consequência”.
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“Mas se todos tomarem a mesma atitude, se eles (Síria) não conseguirem vender o petróleo, não importa para que parte do mundo, o efeito que alcançaríamos seria enorme”, assinalou.
Na véspera, a Alemanha condenou duramente a repressão do regime sírio à oposição democrática e exigiu energicamente que Damasco coloque fim ao uso da violência contra os manifestantes.
Segundo o vice porta-voz do Governo, Christoph Steegmnans, a chanceler alemã, Angela Merkel, condena “da forma mais firme” a repressão das autoridades sírias e instou ao presidente sírio “com toda clareza a pôr fim imediatamente à violência contra seu próprio povo”.
Por sua vez, o Ministério de Relações Exteriores germânico falou de “um salto qualitativo na maquinaria repressiva” do Estado sírio e acrescentou que entra dentro da lógica classificar a atuação das autoridades sírias de “guerra contra seu próprio povo”.
Dezenas de pessoas – mais de uma centena pelos dados das organizações – morreram no domingo na ofensiva de grande escala lançada pelas tropas sírias nas cidades que protagonizaram as maiores protestos contra o regime, principalmente em Hama (centro).
Cerca de 1,6 mil civis e cerca de 400 soldados das forças de segurança morreram nas revoltas populares contra o regime sírio desde março, contabiliza o Observatório para os Direitos Humanos sírio.
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