O aniversário da morte de Hugo Chávez e a crise na Crimeia foram os principais destaques desta semana em Opera Mundi. Um ano após o falecimento do presidente venezuelano, em 5 de março de 2013, e em meio a três semanas de protestos, os olhos do mundo estavam novamente voltados para o país.
Luciana Taddeo/Opera Mundi
Capela é local de visitas e oferendas por parte de admiradores de Chávez, falecido há exatamente um ano
Em um desfile cívico-militar em homenagem a Chávez, o presidente Nicolás Maduro afirmou que a denominada “Revolução Bolivariana” continua em pé.
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Mais do que lidar com a morte de Chávez, a Venezuela enfrentou neste um ano de falecimento do presidente um acúmulo de problemas na economia, que é motivo de reclamação de parte das manifestações locais. À frente do governo, Maduro procurou aplicar uma série de medidas para combater o que ele chama – assim como o próprio Chávez chamava – de “guerra econômica”.
Efe
O presidente Nicolás Maduro, em desfile homenageando Chávez, aparece ao lado so colegas latinos Evo Morales e Raúl Castro
Para Íñigo Errejón, doutor em Ciência Política pela UCM (Universidade Complutense de Madri), a partir da criação de uma nova identidade política, o chavismo conseguiu se manter no poder, mas justamente por ter promovido uma mudança massiva no eixo político, com a ascensão dos antes excluídos, tem novos desafios pela frente.
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Já na Crimeia, o parlamento da região autônoma aprovou na quinta-feira (06/03) por unanimidade a incorporação de seu território à Rússia. Para ratificar a decisão do Legislativo, será convocado um referendo sobre o assunto no dia 16 de março, em que a população da Crimeia decidirá se continua como uma república autônoma da Ucrânia, ou se passa a fazer parte da Rússia. A consulta, porém, foi criticada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, que a classificou como uma violação ao direito internacional.
Scmp
População da Crimeia foi às ruas para saudar soldados russos e comemorar presença das Forças Armadas de Putin na península
Como forma de punir Moscou pela presença russa na Crimeia, os Estados Unidos anunciaram , também na quinta, que vão restringir a concessão de vistos para algumas autoridades e cidadãos da Rússia e da Crimeia, acusados por Washington de “ameaçar a soberania e a integridade” da Ucrânia.
Em meio à escalada de tensão na Ucrânia, a Rússia realizou na terça-feira (04/06) teste de lançamento de um míssil balístico intercontinental de última geração. Já na segunda (03/03), grande parte da população da Crimeia recebeu com alegria o Exército russo na região da península. Após Moscou avançar sobre bases militares associadas à capital Kiev, milhares de pessoas foram às ruas para apoiar o presidente Vladimir Putin e celebrar a chegada das Forças Armadas. “É a nossa libertação”, afirmam manifestantes citados por agências internacionais.
Entenda a Crimeia
Reprodução/ RT
Mapa apresenta delicada posição geográfica da Crimeia: península é considerada território autônomo ucraniano, mas tem maioria russa
Banhada pelo Mar Negro, a Crimeia tem uma população de 2 milhões de habitantes, dos quais 60% são russos, 25%, ucranianos e 12%, tártaros.
Minoria étnica na região, os tártaros são fervorosamente anti-Rússia. Durante a 2ª Guerra Mundial, a Crimeia fazia parte do território da União Soviética; em 1944, o líder Joseph Stálin mandou deportar povos tártaros da Crimeia para a Ásia Central, acusando-os de colaboração com o regime nazista.
Outros destaques
Outro tema quer chamou atenção foi a reportagem da correspondente Amanda Lourenço em Paris. Em entrevista, especialista conta como sua equipe recriou o rosto em 3D de Robespierre, herói da Revolução Francesa guilhotinado em 1794.
Além disso, Martina Spohr, coordenadora do CPDOC/FGV, conta detalhes sobre a atuação do alto empresariado na deposição de Jango. Para o especial “À espera da verdade”, ela revela que, além de atuar no movimento civil-militar que conspirou e depôs o presidente João Goulart em 1964, a elite empresarial brasileira também manteve, ao longo de todos os anos sessenta, estreito vínculo com o capital estrangeiro, numa “relação íntima” com os interesses dos executivos norte-americanos.