Em conversa por telefone, os chefes de Estado da Ucrânia, Petro Poroshenko, e da Rússia, Vladimir Putin, concordaram neste sábado (06/09) que há estabilidade nas primeiras horas do cessar-fogo bilateral no leste ucraniano, decretado na sexta (05/09).
Efe
Petro Poroshenko e Vladimir Putin se encontraram durante as comemorações dos 70 anos do Dia D, na Normandia, em junho deste ano
Os dois presidentes ainda discutiram os próximos passos que devem ser tomados para garantir a durabilidade da trégua e para a cooperação de ajuda humanitária internacional, segundo o gabinete da presidência ucraniana, em comunicado citado pelo RT.
Já uma nota do Kremlin destaca a necessidade da situação continuar sendo monitorada pela OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa).
Incidentes 'isolados'
Apesar de a trégua estar sendo respeitada pela maioria dos militares ucranianos e dos separatistas pró-Moscou, alguns incidentes isolados foram registrados.Segundo a Efe, o Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia e líderes dos separatistas denunciaram hoje tiroteios isolados cometidos por ambas as partes.
O batalhão de voluntários pró-Kiev “Aidar” denunciou neste sábado que pelo menos 11 de seus integrantes morreram na última madrugada depois que caíram em uma emboscada após o estabelecimento do cessar-fogo. Do mesmo modo, o chamado ministro da Defesa da autoproclamada República Popular de Donetsk (RPD), Vladimir Kononov, denunciou para uma emissora russa que as forças ucranianas violaram a trégua em pelo menos 12 ocasiões.
No entanto, a maioria dos incidentes aconteceu antes da ordem de cessar-fogo chegar a todos os combatentes, ressaltam agências de notícias.
Efe
Combatentes pró-Kiev na cidade separatista de Slaviansk: acusações de violações
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A interrupção no conflito, decidida em reunião em Minsk, em Belarus, vem no mesmo dia em que a Otan decidiu formar uma “força militar de ataque rápido” no Báltico, em claro recado à Rússia. Moscou estava na negociação em Minsk e agiu como mediador, apesar de o Kremlin ser acusado de estimular e de enviar armas aos separatistas.
A Europa Ocidental também afirma que o governo de Vladmir Putin colocou tropas em território ucraniano – o que ele nega. O acordo de paz ucraniano inclui trocas de prisioneiros, ajuda humanitária e retirada de armas pesadas, de acordo com a OSCE.
Nesta manhã, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, ameaçou reagir caso a União Europeia realize novas sanções contra a Rússia. Ontem à noite, o bloco declarou que as medidas poderão ser suspensas caso Putin retire as tropas da Ucrânia e caso haja um cessar-fogo bem-sucedido.