O presidente venezuelano, Hugo Chávez, ordenou hoje (15) que o Exército tome, ao longo da semana, o controle dos portos de Maracaibo e Puerto Cabello, em cumprimento às reformas da Lei de Descentralização, aprovadas na última quinta-feira pela Assembléia Nacional.
Os portos estão localizados em estados governados pela oposição, que prometeu tentar manter o controle deles. Pablo Pérez, de Zulia, e Enrique Salasen, de Carabobo, disseram, após a aprovação das reformas, que tentariam “defender” as atribuições que até
agora tinham sobre esses portos.
Chávez ameaçou prender os dois governadores se resistirem à transferência dos portos para gestão federal.
O Congresso da Venezuela aprovou uma reforma constitucional que transfere atribuições dos estados ao governo federal, permitindo a tomada do controle de portos, aeroportos e vias de comunicação considerados “de interesse nacional”. A oposição alega ser uma manobra do governo Chávez para anular a descentralização no país.
“O que se passa com esses governadores? Será que acham que aqui vão fazer algo como a divisão do país? Fiquem em seus lugares”, disse Chávez durante seu programa dominical de TV, “Alô, Presidente”.
“Aqui há leis e essas leis se cumprem, embora os senhores chiem, se joguem no chão, possam ir à OEA (Organização dos Estados Americanos) ou à Casa Branca pedir ajuda”, acrescentou.
Chávez também ameaçou os governadores, dizendo que “caso se neguem a acatar a lei, podem ser presos como qualquer outra pessoa”. “Nenhum venezuelano pode se declarar acima da lei”.
O presidente alegou que as razões para assumir o controle dos portos de Maracaibo e Puerto Cabello é que neles “há máfias ligadas ao contrabando, ao narcotráfico e à corrupção”, sem especificar os casos. “Os portos do país voltam ao país, os aeroportos do país voltam ao país”, concluiu Chávez.
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