Uma semana após a expulsão de funcionários diplomáticos norte-americanos da Venezuela, Washington expulsou três oficiais da embaixada venezuelana nos EUA. Eles têm 48 horas para deixar o país. O anúncio veio horas antes da nomeação, por parte do governo da Venezuela, de Maximilien Arveláiz como novo embaixador em Washington. Antes de se tornar oficial, o governo dos EUA deve aprovar a nomeação de Arvelaíz, que já serviu como titular da embaixada venezuelana em Brasília.
Declarados personae non gratae pelos EUA, os diplomatas venezuelanos foram identificados como Luis Cajal Ávalos, Víctor Manuel Pisani Azpurua e Marcos José García Figueredo. Como reconhece à agência Efe uma autoridade norte-americana, a medida de Washington ocorre “em resposta à decisão do governo venezuelano” de expulsar três funcionários do serviço externo norte-americano, no último dia 17.
Para tomar a decisão, os EUA se basearam no artigo 9 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas. “Esta convenção permite aos Estados Unidos declararem qualquer membro de uma missão diplomática persona non grata a qualquer momento e sem necessidade de explicar o motivo”, afirmou a fonte anônima.
Agência Efe
Poucas horas depois de EUA anunciarem expulsão, Maduro nomeou novo embaixador em Washington
Quando ordenou a expulsão dos diplomatas norte-americanos, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou os funcionários de terem participado de reuniões conspiratórias contra seu governo em universidades privadas de Caracas. “Que vão conspirar em Washington e deixem a Venezuela tranquila. A Venezuela não recebe ordens de ninguém”, disse o chefe de Estado, na ocasião.
Em nota oficial publicada após o incidente diplomático, o Departamento de Estado dos EUA classificou como “infundadas e falsas” as acusações de que o país estivesse colaborando com opositores.
Entre os funcionários venezuelanos expulsos, dois ocupavam o cargo de “primeiro-secretário” na embaixada — Ávalos e Azpurua — e o terceiro, Figueredo, tinha o posto de “segundo-secretário”, de acordo com o Departamento de Estado.
Histórico diplomático conturbado
Venezuela e Estados Unidos retiraram seus embaixadores em 2010 e, desde então, suas missões diplomáticas foram perdendo representação por causa das crescentes tensões bilaterais.
Em setembro de 2013, Maduro já havia expulsado do país três diplomatas norte-americanos —Kelly Keiderling, Elizabeth Hoffman e David Moo — por suposta implicação com o financiamento da “extrema direita” no país e em planos de “sabotagem elétrica”.
Nas semanas seguintes, Washington retaliou com a expulsão de três funcionários diplomáticos venezuelanos; inclusive o encarregado de negócios da Embaixada em Washington, Calixto Ortega, que havia sido apontado por Caracas cinco meses antes.
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