Agência Brasil
O ministro da Defesa, Celso Amorim, informou nesta quarta-feira (18/12) que o governo brasileiro optou pela compra de 36 caças suecos Saab Gripen NG, pelos quais irá pagar pagar US$ 4,5 bilhões até 2023. O chamado Projeto FX-2, que inclui os caças, teve início em 2001.
[Dilma e o ministro da Defesa, Celso Amorim]
Aeronaves de três países disputaram o contrato com o governo brasileiro. Além do Saab Gripen NG, o Boeing F-18E/F Super Hornet, dos Estados Unidos; e Dassault Rafale F3, da França, estavam na disputa. O modelo sueco substituirá os Mirage 2000, que serão aposentados este mês.
Segundo Amorim, a escolha foi “objeto de estudos e ponderações muito cuidadosas”, levando em conta a performance, transferência efetiva de tecnologia e custo de aquisição e manutenção. De acordo com ele, a preferência pelos aviões suecos foi “o melhor equilíbrio desses três fatores”.
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Amorim disse ainda que a próxima etapa é a negociação do contrato, que poderá durar cerca de um ano. Somente após essa etapa, serão feitos os pagamentos à empresa sueca, e com isso, não há previsão de afetar o orçamento da União de 2014.
Caso a negociação ocorra dentro do prazo previsto, o contrato deve ser assinado em dezembro de 2014. A FAB (Força Aérea Brasileira) irá receber o primeiro caça sueco no final de 2018. “Levará um tempo ainda. A Aeronáutica vai discutir o contrato. É um processo que sabemos que é algo demorado”, afirmou o ministro.
Com a desativação dos Mirage 2000, a FAB irá usar os caças F5M até a chegada dos aviões Gripen.
Negociação
A discussão sobre a compra dos caças vem desde o final do governo Fernando Henrique Cardoso. Os três concorrentes eram o Rafale, da França, Boeing F/A-18 dos Estados Unidos, e Gripen NG da Suécia. Em 2009, durante visita do então presidente francês Nicolas Sarkozy, o caça Dassault Rafale foi anunciado como o escolhido pelo presidente Lula, mas o governo brasileiro recuou após a insatisfação da FAB, que não havia sido consultada sobre a decisão.
Também pesou contra os franceses o preço do Rafale, cujo pacote inicial chegou a US$ 8 bilhões. No governo Dilma, os norte-americanos ofereceram um atraente pacote, orçado em US$ 7,5 bilhões e com muitas compensações. No entanto, o escândalo de espionagem contra o Brasil por parte da Agência Nacional de Segurança norte-americana derrubou politicamente o negócio.