O ex-militante italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua por supostos quatro assassinatos na década de 1970, foi transferido neste sábado (26/06) de uma penitenciária na Calábria, Itália, para o presídio de Ferrara, na Emilia-Romagna.
A ação vem depois de o ex-ativista ter iniciado uma greve de fome no último dia 2 de junho contra seu isolamento na Calábria. Em maio, Battisti, de 66 anos, escreveu que iria recorrer “à greve de fome e à terapia”, e descreveu sua ala de segurança máxima na prisão de Rossano como um “túmulo”.
“Com a esperança de que a Justiça abra uma brecha no muro dos condenados, e até que Cesare Battisti tenha direito a um tratamento humano que deve ser garantido a todos os condenados”, diz o texto enviado pela sua filha.
Em outro documento, Battisti afirma que, “se necessário”, irá continuar a greve de fome “até último suspiro”, declarando que a sua “luta” é de “protesto e de reivindicação de direitos inalienáveis”. “Não há lugar na minha decisão para um desvio psicológico”, disse.
Segundo a imprensa italiana, Battisti suspendeu a greve de fome após a transferência.
Reivindicações
Opera Mundi apurou que Battisti vinha recusando atendimento médico após uma petição de transferência de presídio ser indeferida. A prisão de Rossano, na Calábria, fica cerca de 700km de distância dos familiares do italiano.
Além da petição, Battisti reivindicava o fim do regime de alta segurança e do isolamento ao qual está submetido fazem dois anos e seis meses, que o impede de conviver com outros detentos e realizar atividades.
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Battisti foi transferido de presídio na Itália
Em janeiro de 2019, Battisti foi expulso da Bolívia e enviado para a Itália, onde havia sido condenado em 1993 à prisão perpétua pela suposta participação em quatro assassinatos na década de 1970.
Durante as eleições de 2018, o então candidato e hoje presidente Jair Bolsonaro defendia a extradição de Battisti. Ao assumir o poder, ele reiterou sua determinação em capturá-lo e enviar para a Itália para o cumprimento da pena.
Após a sua extradição para a Itália, o ex-membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) foi colocado, em 2019, na prisão de segurança máxima na região da Sardenha.
Em setembro de 2020, ele anunciou, por meio de sua defesa, que faria uma greve de fome em protesto contra o regime que estava submetido desde o inicio de 2019. Após quatro dias, Battisti foi transferido para a prisão de Rossano.