O secretário de Indústria argentino, Eduardo Bianchi, se reunirá na próxima quinta-feira em Brasília com o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira, para retomar as negociações a respeito do conflito comercial gerado entre os dois países.
Bianchi e Teixeira acertaram o encontro durante uma conversa por telefone, em um momento em que mais de 4.500 automóveis argentinos permanecem retidos na alfândega do Brasil pela imposição de barreiras à importação de veículos, confirmaram neste sábado (28/05) fontes oficiais.
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Os secretários concluíram na terça-feira dois dias de reuniões em Buenos Aires para encontrar uma solução à situação gerada após a decisão brasileira divulgada há duas semanas de impor licenças não automáticas à importação de automóveis, mecanismo que permite elevar o prazo para a autorização da entrada de bens ao país.
A medida foi interpretada na Argentina como uma represália às barreiras que o país impõe a produtos procedentes do Brasil, como eletrodomésticos, artigos têxteis, sapatos e alimentos, cuja entrada no mercado local foi motivo de controvérsia e negociações nos últimos anos.
Segundo um breve comunicado divulgado pelo Ministério de Indústria argentino, Bianchi e Teixeira avançaram nas negociações para “liberar gradualmente as licenças não automáticas pendentes”.
Além disso, o governo federal anunciou na quinta-feira passada a autorização para a entrada de mil veículos argentinos, em um gesto de “boa vontade” para chegar a um entendimento bilateral.
No entanto, a Associação de Fábricas de Automotores da Argentina (Adefa) advertiu nesta semana que os impedimentos ao ingresso de automóveis no país vizinho persistem e que neste fim de semana pode chegar a sete mil o número os veículos retidos.
As multinacionais do setor automotivo estabelecidas na Argentina e no Brasil analisam a possibilidade de “repensar” seus programas de produção caso o litígio persista na próxima semana, advertiram à Agência Efe porta-vozes da Adefa.
O comércio bilateral de automóveis é o único que tem superávit para a Argentina – aproximadamente US$ 413 milhões – na balança com o Brasil. No seu conjunto, as trocas comerciais registraram déficit para Buenos Aires de US$ 4 bilhões no ano passado.
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