O secretário das Finanças da Argentina, Luis Caputo, se encontrará na tarde desta quarta-feira (13/01) com credores representantes dos chamados fundos abutres. A reunião irá ocorrer em Nova York e também contará com a presença do mediador Daniel Pollack.
EFE
Após um ano e meio de negociações congeladas, governo da Argentina volta a se reunir formalmente com representantes de fundos abutres
Em entrevista coletiva de imprensa na última segunda-feira, o presidente argentino, Mauricio Macri, disse confiar na possibilidade de “um acordo razoável” para a Argentina ser firmado e declarou que iria pedir a Pollack que “ajude a encerrar o assunto”.
“Queremos deixar de ser um país catalogado como inadimplente. Queremos encerrar o assunto e buscar uma solução. Queremos ser um país com boas relações com o mundo inteiro”, disse Macri.
Segundo o chefe de Estado neoliberal, é necessário sinalizar para o mercado internacional que houve uma mudança de postura no governo argentino com sua chegada à presidência, sucedendo Cristina Kirchner. Antes de assumir o cargo, em dezembro, Macri enviou uma delegação a Nova York para sinalizar a Pollack que estava disposto a retomar os diálogos com.
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As negociações com os fundos abutres estavam paralisadas desde julho de 2014, quando o então ministro da Economia, Alex Kicillof, se desentendeu com Pollack, chamando-o de “parcial” e recusando a proposta feito após encontros na época.
Os fundos abutres são fundos internacionais de investimento especulativos que compraram títulos públicos argentinos e que não aceitaram participar da renegociação da dívida pública do país, realizada entre 2005 e 2010. Os fundos então passaram a cobrar na Justiça dos EUA o pagamento por parte dos cofres da Argentina.
Em 2012, a Justiça norte-americana determinou que a Argentina deveria pagar US$ 1,5 bilhão aos fundos. Segundo o governo argentino então liderado por Cristina, os fundos abutres compraram os papéis a um valor total de US$ 48,7 milhões. Em 2014, a Suprema Corte dos EUA negou o recurso do governo argentino para revisar a ordem de pagamento dos títulos.
Sem acordo com os fundos, Buenos Aires se encontra em estado de moratória técnica. O governo de Macri deseja pôr fim ao litígio com os fundos abutres para recuperar investimentos estrangeiros na Argentina e poder fazer empréstimos no exterior. Os fundos representam apenas 1% dos credores da dívida pública que foi renegociada – 93% aceitaram o reembolso parcial.