O juiz Gastón Mercau, da província argentina de Jujuy, determinou nesta sexta-feira (29/01) que Milagro Sala, líder comunitária e deputada eleita do Parlasul (Parlamento do Mercosul), seguirá detida. Sala foi presa há duas semanas, acusada de “instigação ao crime e à desordem”, enquanto participava de uma manifestação contra a redistribuição de subsídios do governo de Jujuy às cooperativas sociais.
A líder foi liberada da acusação de instigação ao crime, mas seguirá presa por suposta associação ilícita e fraude administrativa. Segundo a Justiça, ela permanecerá detida “para que se investiguem as denúncias feitas por integrantes de cooperativas sobre a suposta administração irregular de fundos destinados à construção de moradias”. O governo de Jujuy a acusa pelo suposto desaparecimento de 29 milhões de pesos (cerca de R$ 8,4 milhões).
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Manifestantes acampados em frente à Casa Rosada afirmam que prisão de Milagro Sala visa “crimalizar” protestos
Nesta sexta-feira, Raúl Noro, esposo de Sala, disse à rádio La Red que sua esposa está detida “sem nenhum tipo de prova” e disse que ela é alvo de uma “campanha de demonização”. O governador de Jujuy, Gerardo Morales, é aliado do presidente argentino, Mauricio Macri.
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Desde a prisão, organizações civis da Argentina têm manifestado repúdio à detenção de Sala e realizado protestos no país. Manifestantes estão acampados há três dias na Praça de Maio, em Buenos Aires, em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino. Eles pedem a libertação de Milagro Sala e afirmam que sua detenção tem o intuito de “criminalizar” o direito de protesto da população.
Nesta quinta-feira, Milagro Sala escreveu uma carta de agradecimento a seus apoiadores. “A presença de vocês na Praça de Maio me emociona e me fortalece. Não abaixemos os braços nesta luta, que é de todos”, disse.
El msj d @SalaMilagro:Donde hay 1 necesidad ahi estamos.No bajemos los brazos en esta lucha d todos #LiberenAMilagro pic.twitter.com/mspX2ur0Hi
— Prensa Tupac (@PrensaTupac) January 28, 2016