Atualizada às 12h55
O governo argentino anunciou nesta sexta-feira (24/01) um relaxamento na proibição da compra de dólares para posse e economia pessoal, após a cotação da moeda no mercado paralelo ter passado os 13 pesos e, no oficial, os 8. Anteriormente, só era possível comprar a divisa em casos específicos, como uma viagem ao exterior.
“Decidimos autorizar a compra de dólares para posse e economia”, anunciou o chefe de gabinete do governo, Jorge Capitanich, na habitual entrevista coletiva concedida a jornalistas no começo da manhã. Desta vez, ele estava acompanhado pelo ministro da Economia, Axel Kicillof.
Reprodução/Telam
O chefe de gabinete de Cristina, Jorge Capitanich (esq.), anuncia medida com o ministo da Economia, Axel Kicilof
As regras para a compra de dólares, no entanto, não sofrem grandes modificações, já que a quantidade a ser liberada pela autoridade monetária continua dependo da renda declarada. Houve, no entanto, a redução da antecipação do imposto por lucro, de 35% para 20% para o comprador.
NULL
NULL
Ou seja: se autorizado pela AFIP (Administração Federal de Ingressos Públicos), o cidadão pagará a cotação oficial – 8 pesos – e mais 20% a título de imposto. A medida, segundo Kicilof, também vale para cartões de crédito.
“De acordo com a política cambial de flutuação administrada da taxa de câmbio, o governo considera que o preço da divisa, ou seja, do dólar, alcançou um nível de convergência aceitável para os objetivos da política econômica”, concluiu Capitanich.
Analistas afirmam, no entanto, que a medida não significa o fim do “cerco cambial”, que restringe a compra da moeda estrangeira, já que o alvo da mudança são indivíduos e não grandes empresas.
Já com a entrevista encerrada, Kicilof pegou o microfone e se dirigiu aos jornalistas: “Vejam, os mesmos que nos disseram durante dez anos que o dólar valia um peso, são os que hoje querem nos convencer de que vale 13, então tirem suas próprias conclusões.”
A medida, que começa a ser aplicada a partir da próxima segunda-feira (27/01), é mais uma anunciada após o início da escalada do dólar paralelo, chamado de “blue”. Nesta semana, o governo também limitou o valor de compras feitas pela internet, sem o pagamento de impostos, a US$ 25 dólares por ano.