O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Taiana, entregou uma carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pedindo que ele interceda pessoalmente junto ao Reino Unido para convencer os britânicos a sentar à mesa de negociações a respeito da soberania sobre as Ilhas Malvinas, segundo o jornal argentino Clarín.
“Agora o importante é a perseverança e a persistência ao longo do tempo, em todos os fóruns que pudermos. O desafio é converter a questaõ das Malvinas em uma política de Estado”, disse Taiana ontem (24), que se reúniu com Ban em Nova York.
Citando “fontes de alto escalão” na diplomacia argentina, o Clarín informa que a carta relata os detalhes de como os britânicos teriam “decidido avançar unilateralmente com a prospecção petrolífera nas águas em torno do arquipélago, ignorando os mandatos da ONU”.
Taiana teria terminado de redigir o documento ainda em Cancún, onde participou da reunião de cúpula do Grupo do Rio
A carta a Ban também destacaria o apoio maciço, dado à Argentina pelos outros 32 países latino-americanos presentes na cúpula, à questão da soberania de Buenos Aires sobre o arquipélago no Atlântico Sul.
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Ban Ki-moon já dispõe de um mandato da Assembleia Geral da ONU para “tomar boas providências” no sentido de aproximar posições entre a Argentina e o Reino Unido. Mas, segundo o Clarín, o que Taiana pedirá agora ao secretário-geral é que, por causa dos últimos acontecimentos, estas providências sejam aceleradas.
Durante a cúpula, chegou a circular o boato de que a Argentina tentaria levar o problema da exploração petrolífera nas Malvinas ao Conselho de Segurança (no qual o Reino Unido tem poder de veto), o que não foi confirmado nem negado pelos diplomatas argentinos ouvidos pelo Clarín.
Antes de embarcar para Nova York, Taiana disse ao jornal argentino que estava “muito contente com o sucesso obtido”, em referência à declaração final da cúpula em apoio à reivindicação argentina.
Mão no bolso
Enquanto isso, em Londres, fontes do governo de Gordon Brown deram entrevistas à imprensa inglesa minimizando o apoio latino-americano a Buenos Aires e prevendo que os esforços argentinos na ONU não terão resultados práticos.
“Tudo isto dá ao chanceler Taiana um pouco de munição para quando for ver Ban Ki-Moon na ONU, mas só o fato de mais gente estar na expectativa não ajuda suas reivindicações a terem um efeito maior”, disse uma fonte não-identificada do Foreign Office britânico ao jornal inglês The Daily Telegraph.
“Quando chega a hora de colocar a mão no bolso, [os argentinos] nunca acompanham o que dizem suas bocas”, ironizou.
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