Argentina pediu a “assistência técnica” ao FMI (Fundo Monetário Internacional) para elaborar um novo índice nacional de preços, anunciou nesta terça-feira o ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou.
O ministro fez o anúncio em um momento em que recrudescem as advertências de analistas sobre os altos índices de inflação que a economia argentina pode suportar e rejeitam os dados estatísticos do país (Indec), suspeitos de serem manipulados.
“Solicitamos assistência técnica em um ponto no qual em particular eles têm experiência”, disse durante uma entrevista coletiva.
Afirmou que o pedido ao organismo financeiro internacional procura dar um “salto de qualidade” nos dados fornecidos pelo instituto do país.
“A assistência técnica tem a ver com a confecção de estatísticas”, disse Boudou.
Argentina nega taxativamente que as contas públicas precisem de revisões anuais do Fundo Monetário, cujas “receitas” costumam ser alvo de duras críticas da presidente Cristina Kirchner e outros funcionários.
As estatísticas do Indec estão sob suspeita desde de 2007, quando o ente oficial mudou a metodologia de cálculo do índice de inflação. Desde então, os números oficiais de inflação ficaram abaixo dos cálculos de consultorias privadas, que para este ano preveem uma alta do custo de vida de pelo menos 25%, frente à pauta oficial de 8% anual. Segundo o Indec, os preços ao consumidor subiram 7,7% em 2009, embora estudos privados tenham duplicado o percentual oficial.
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