A Argentina vai proibir a importação de produtos de origem suína para incentivar a produção de pecuaristas locais. A medida foi formulada por Guillermo Moreno, secretário de Comércio Interior do país sul-americano em acordo com produtores locais. Em troca, a indústria suína da Argentina se compromete a aumentar a oferta de seus produtos. O Brasil, a Espanha e a Itália deverão ser os principais prejudicados com essa decisão. As informações são do jornal argentino La Nación e do espanhol El Mundo.
Segundo fontes das próprias associações, a AAPP (sigla para Associação Argentina de Produtores de Suínos, em português) e o CAP (Conselho Argentino de Produtores) se comprometem a comprar 80% do que foi importado no ano passado em produtos como polpa suína (matéria-prima para produzir frios que conta com forte exportação brasileira) e toucinho. Mas estará completamente vedada a importação de carne de osso de porco, tripas usadas para o preparo de produtos embutidos, como salsichas, nem produtos acabados, como os tradicionais presuntos ibérico ou serrano espanhóis ou o parma, italiano.
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Produtos tradicionais como o presunto ibérico não poderão mais ser servidos na Argentina
Além disso, as empresas deverão exportar o equivalente ao que importam e apresentar uma lista de preços de seus produtos.
Só em 2011, a Argentina importou 164 milhões de dólares dos mais diferentes produtos variados da polpa e do toucinho. Só de presunto, foram cerca de 274 toneladas provenientes da Espanha, 241 do Brasil e 199 da Itália.
Em maio de 2010, Moreno já havia se encontrado com representantes de supermercados e grande distribuidores para anunciar que eles não poderiam importar produtos que tivessem produção equivalente na Argentina. Até então, os distribuidores ainda podiam importar, mas precisavam manter o equilíbrio entre o volume das exportações e importações. Outros produtos como azeite, pasta e chocolate fariam parte da lista.
Moreno justificou sua decisão afirmando que a debilidade da zona euro e, em especial, a crise de países como Espanha e Grécia, poderiam provocar “uma invasão de produtos europeus” no país.
Nesta quarta-feira (09/04), Moreno lidera uma comitiva de 580 empresários argentinos que foram a São Paulo, em reunião na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) dispostos a aumentar a exportação de produtos e serviços no país viznho.
A imprensa local relaciona a medida, que ainda não foi oficialmente anunciada,com a aprovação, na última quinta-feira (03/05) a Câmara dos Deputados da Argentina aprovou a reestatização da companhia petrolífera YPF, que se encontrava sob controle da multinacional de origem espanhola Repsol, decisão que já havia irritado governos europeus.
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