Estudantes, professores e membros de grupos religiosos se uniram em diversas regiões da Espanha nesta quinta-feira (10/05) para pedir o fim das medidas de austeridade que assolam o sistema educacional do país.
Com greves simbólicas convocadas pelo Sindicato de Estudantes e pela Plataforma Estatal pela Escola Pública em diversos colégios, esse é o início da série de movimentações políticas que culminarão, no próximo 22 de maio, em uma greve geral das instituições públicas de ensino em favor do aumento das verbas para a Educação.
Entre as reivindicações dos manifestantes está a revogação do decreto que tira três milhões de euros do orçamento das instituições educacionais para 2013, estipulado pelo governo do conservador Mariano Rajoy.
José Ignacio Wert, ministro da Educação, justifica as medidas alegando que são parte da obrigação do país de cumprir as metas de déficit estabelecidas no interior da Zona do Euro. Em entrevista à agência Efe, ele disse que respeita as preocupações e pedidos dos protestos, mas discordou do que chamou de um “preconceito” dos manifestantes perante as recentes medidas adotadas pelo governo.
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Seu gabinete é responsável pela decisão de aumentar a jornada de trabalho dos docentes, reduzir o número de vagas em colégios e universidades e, mais além, elevar em 540 euros (o equivalente a 1364 reais) as anuidades das matrículas no ensino superior. Ainda assim, Wert insiste que as medidas foram projetadas de tal forma que fossem “menos prejudiciais para a qualidade do sistema educativo”.
Em Madri, o número de adesões aos protestos foi menor em comparação a outras regiões. O ministro menospreza a mobilização na capital, alegando que só viu “algo em torno de 30 pessoas”. Na sua opinião, isso seria um possível sinal de que “hoje os estudantes estão mais preocupado em estudar e obter seus diplomas”.
Instituições sindicais negam que o número de manifestantes na capital tenha sido tão baixo. O jornal El País apurou que se aglomeraram pela manhã cerca de 300 alunos. Pela tarde, foi a vez de mil professores se unirem sob convocação de do sindicato da classe.
Na província de Múrcia, organizadores estimaram em 25 mil o número de adesões. Na Andaluzia, o sindicato CC.OO. (Confederação Sindical das Comissões Operárias) calcula que 90% dos funcionários públicos do sistema educacional da província pararam suas atividades por dez minutos em protesto contra a austeridade do governo.