Atendendo ao presidente do Egito, Mohamed Mursi, a presidente Dilma Rousseff telefonou na noite deste domingo (18/11) para o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. Ela pediu a convocação de uma sessão extraordinária no Conselho de Segurança para debater a mais recente troca de agressões entre israelenses e palestinos na Faixa de Gaza.
Ban chega ao Cairo no início da noite desta segunda-feira (19/11) e pretende se reunir imediatamente com uma comitiva de chanceleres da Liga Árabe. Mursi, que desde o início da chamada operação Pilar Defensivo, assumiu o papel de mediador do conflito, também permitiu a presença de uma delegação de diplomatas israelenses durante o encontro.
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Oficiais do governo brasileiro se dizem incomodados com uma suposta “inércia” da ONU em questões relacionadas ao Oriente Médio. Em entrevista ao jornal O Globo, Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência, argumentou que o Conselho de Segurança age com maior celeridade em quaisquer impasses que não estejam relacionados ao Oriente Médio.
Em seu comunicado mais recente, Ban Ki-moon reiterou que “qualquer escalada maior inevitavelmente aumentará o sofrimento da população civil afetada”. “Exorto firmemente as partes a cooperar com os esforços liderados pelo Egito pela obtenção de um cessar-fogo imediato”, afirmou.
Não é certo ainda se o Brasil participará com o Egito das negociações de um cessar-fogo. Segundo Garcia, a ligação de Mursi a Dilma não foi exatamente um convite, mas, antes, uma consulta sobre o posicionamento da diplomacia brasileira quanto à troca de agressões entre israelenses e palestinos na Faixa de Gaza.
Ao Globo, Garcia criticou severamente o que classifica como um “quarteto para o Oriente Médio”, isto é o grupo de membros permanentes do Conselho de Segurança que comumente monopolizam as disputas políticas em torno dos conflitos do Oriente Médio. O assessor especial não descarta uma resolução conjuntural para a tensão, mas destaca que o conflito inspira um “puxão de orelha” no grupo e medidas mais complexas de longo prazo.
“Para dar mais força” à sua mensagem, Garcia explica que o Brasil não emitiu sozinho nenhum comunicado condenando a violência e pedindo solução pacífica. Um documento apresentado ao Conselho de Segurança da ONU, segundo ele, foi adotado e assinado por todos os estados-membros do Mercosul.