Assessores da campanha presidencial de Donald Trump e outros colaboradores mais próximos mantiveram “repetidos contatos” com agentes da inteligência russa durante o período pré-eleitoral para a Casa Branca, segundo reportagem publicada no final da noite desta terça-feira (14/02) o jornal The New York Times.
O periódico nova-iorquino citou quatro funcionários e ex-funcionários sob condição de anonimato, que revelaram registros telefônicos e ligações interceptadas entre os assessores do agora presidente dos Estados Unidos e agentes da inteligência russa, algo que Donald Trump sempre negou ter acontecido.
Embora as chamadas tenham sido frequentes e em algumas ocasiões também envolveram funcionários do Kremlin, as fontes citadas pelo New York Times não acharam nenhuma evidência que esses contatos resultaram na ação de “hackers” contra a campanha de Hillary Clinton e o Partido Democrata, algo que a inteligência americana culpa a Rússia.
Agência Efe
Trump, durante a campanha: segundo NYT, membros da equipe mantiveram contato com inteligência russa
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As fontes do jornal não revelaram o conteúdo das ligações, nem os agentes russos que as protagonizaram e tampouco os assessores de Trump ligados ao caso. O único citado foi Paul Manafort, que foi chefe da campanha até que se viu envolvido em um escândalo de financiamento irregular na Ucrânia, e que negou todas as informações. “Isto é absurdo. Não tenho nem ideia do que está se referindo. Nunca falei conscientemente com oficiais de inteligência da Rússia e nunca tive nada a ver com o governo russo”, disse.
Campanha
A relação da campanha de Trump com a Rússia, de Vladimir Putin, foi colocada sob suspeita durante todo processo eleitoral, já que os democratas acreditam que o Kremlin ajudou o magnata nova-iorquino a chegar ao poder.
O vazamento publicado pelo New York Times faz parte da investigação que conduzida pelo FBI para as ligações entre os assessores de Trump e o Kremlin, assim como as ações dos “hackers” na campanha de Hillary.
Segundo os funcionários citados, o FBI conseguiu registros bancários, registros de viagens e examinou de perto, pelo menos, três colaboradores do presidente. Assim como Manafort, eles negaram qualquer tipo de relação com a Rússia.
O New York Times destacou, porém, que muitos dos colaboradores de Trump possuem negócios na Rússia e Ucrânia e que é habitual que empresários entrem em contato com agentes da inteligência, que às vezes trabalham à paisana nesses países.