O grupo jihadista nigeriano Boko Haram divulgou neste domingo (14/08) um vídeo de 11 minutos mostrando um suposto grupo das mais de 200 alunas sequestradas em Chibok em 2014. Os combatentes oferecem a libertação das meninas em troca da soltura de membros da organização que estão presos.
Nas imagens, um terrorista com o rosto coberto pede aos responsáveis das jovens que exijam ao governo da Nigéria a libertação de militantes do Boko Haram em troca da soltura de suas filhas.
A gravação, o terceiro vídeo desde o sequestro, há dois anos, mostra 50 garotas com cabeças cobertas por véus atrás de um terrorista. “Não temos água, não temos comida, sofremos muito. As nossas crianças sofrem, algumas de nós morreram nos bombardeios da Aeronáutica contra os campos do Boko Haram”, diz uma das jovens.
O porta-voz jihadista diz que cerca de 40 das sequestradas em abril de 2014 foram dadas em casamento, e afirma que algumas morreram ou estão feridas após bombardeios feitos na Floresta de Sambisa, uma das fortificações do Boko Haram no norte da Nigéria.
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Reprodução
No vídeo, jihadista oferece libertação de garotas em troca de militantes presos
Uma das adolescentes também fala no vídeo. “Nossos pais deveriam ser pacientes e dizer ao governo que liberte seus membros para que eles possam nos libertar”, disse a jovem em língua hausa, enquanto algumas meninas aparecem chorando atrás dela.
Então, o terrorista de rosto coberto volta a aparecer na filmagem e alerta ao governo que se tentarem resgatá-las usando da força, elas não serão recuperadas com vida.
O vídeo foi lançado depois que foram divulgadas informações sobre a possível morte de várias estudantes sequestradas em ataques aéreos militares sobre as posições de Boko Haram em Sambisa. A maior parte das jovens está sequestrada há mais de dois anos, apesar de algumas terem conseguido fugir ou terem sido liberadas nos últimos meses.
Inicialmente, o Boko Haram havia raptado 276 alunas de uma escola de Chibok, no norte da Nigéria, mas 57 delas escaparam logo em seguida. Estima-se que 217 ainda estejam sob poder do grupo. O sequestro das estudantes causou comoção mundial e deu origem à campanha #BringBackOurGirls (“Tragam de volta nossas garotas”, em tradução livre).
(*) Com Efe e Ansa