Atualizada às 14h58
Com o aumento da violência dos bombardeios e da ação militar por terra na Faixa de Gaza devido à segunda fase da Operação Margem Protetora ou Penhasco Sólido, cerca de 300 cidadãos europeus optaram por deixar a região como informou o jornal El País. A situação se agrava a cada hora. Somente na manhã deste domingo (20/07) um massacre no bairro de Shayahía, um dos mais populosos de Gaxa, deixou 87 civis mortos e 400 ficaram feridos. De acordo com oficiais israelenses, 13 soldados morreram. A ação é considerada a maior desde a Guerra dos Seis Dias em 1967.
Agência Efe
Mulher chora diante de dezenas de casas destruídas em Shayahía, na Faixa de Gaza
Com estes ataques, se aproximam dos 390 as vítimas mortais em Gaza, enquanto o número de feridos supera os três mil, desde o início da operação militar israelense, 12 dias atrás.
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O professor espanhol Nafez Abu Jarad, doutor em ciência política que leciona na Universidade al Quds de Gaza observou ao periódico espanhol que “o que está ocorrendo revela que o Hamás está muito forte”.
Ele considerou, no entanto, “que o grupo deveria ter aceitado o cessar fogo proposto pelo Egito” apesar de não acreditar que a situação mudaria muito. “Duvido que Israel levante o bloqueio a Gaza porque é muito provável que se fizesse, o governo [do primeiro-ministro Benjamin] Netanyahu cairia automaticamente”.
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Muitos palestinos que viveram na Europa têm dupla nacionalidade e estão utilizando sua nacionalidade europeia para deixar Gaza, pelo menos momentaneamente.
O Cônsul Geral Adjunto da Espanha em Jerusalém explicou que somente hoje 60 pessoas, das quais 50 possuem passaporte espanhol, pediram ajuda. Elas serão levadas para um hotel de Ammán, na Jordânia, onde poderão ficar tranquilas até o fim dos ataques.
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Cessar-fogo
O cessar-fogo promovido ela Cruz Vermelha e acordado entre Israel e o Hamas para evacuar palestinos de Shayahía em Gaza neste domingo durou pouco. No momento em que o exército de Israel confirmou que aceitava o cessar-fogo, uma procissão de ambulâncias e viaturas de resgate se dirigiu ao bairro. Entretanto, poucos minutos após o começo da trégua humanitária, recomeçaram as explosões, causando caos na caravana de ambulâncias.
Milhares de pessoas tentam abandonar Shujaiya, objeto desde ontem à noite de intensos e repetidos bombardeios do Exército israelense por terra e ar.
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Responsáveis de saúde temem que o número de mortos possa crescer de forma considerável ao longo do dia, pois a população que foge fala de uma grande destruição. Além disso, os serviços de emergência não podem chegar à zona devido à intensidade dos tiros de canhão, que se repetem a cada dez segundos.