Agência Brasil
O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota, reiterou nesta terça-feira (16/07) a decisão do Brasil de não conceder asilo ao ex-analista da CIA Edward Snowden, perseguido pelos Estados Unidos pelo vazamento de informações sobre programas de espionagem secretos. Patriota afirmou que manifestação do Mercosul é “como se fosse uma manifestação brasileira também”.
Em entrevista coletiva em São Paulo, o chanceler brasileiro disse que o assunto do asilo a Snowden está “superado” na visão da Presidência brasileira, “inclusive em função de uma decisão tomada pela cúpula do Mercosul em Montevidéu, que se refere especificamente ao direito de asilo”.
Segundo Patriota, com a declaração, em que os líderes do bloco apoiaram os países que ofereceram asilo humanitário ao norte-americano — Equador, Bolívia, Venezuela e Nicarágua –, o Mercosul se solidarizou “em torno de uma manifestação de asilo que é como se fosse uma manifestação brasileira também. Consideramos esse assunto encerrado”.
O ministro também apoiou a declaração de Navi Pillay, a Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos, sobre a situação de Snowden, que ele disse ter “muito peso”. No comunicado, Pillay afirma que “o caso de Snowden mostra a necessidade de proteger as pessoas que revelam informação que tem implicações no respeito dos direitos humanos, assim como a importância de assegurar o respeito pelo direito à privacidade”.
Patriota falou ainda sobre o comunicado do novo presidente do Paraguai, Horacio Cartes, em que ele reafirma não reconhecer a Venezuela como membro do Mercosul. “São declarações de um presidente eleito”, afirmou. “É importante acompanhar e seguir o que dirá o senhor Horacio Cartes quando no pleno exercício do poder, a partir do dia 15 de agosto”.
NULL
NULL
Sobre a espionagem promovida pelos EUA na América do Sul, continente no qual o Brasil seria o país mais vigiado, segundo informações do jornal O Globo, o chanceler citou novamente a cúpula do Mercosul e a decisão de levar a discussão para a ONU.
Em relação ao impacto das revelações nas relações entre Brasil e EUA, Patriota citou um artigo da revista norte-americana Foreign Policy, “que fala de um impacto de fato no relacionamento dos EUA com a região de modo geral”, e afirmou que não faria nenhum “comentário oficial brasileiro sobre isso”.
Quando questionado sobre o que os cidadãos deveriam fazer se não fosse possível tornar o ambiente da internet mais seguro, o ministro, que viaja esta noite para Moçambique para o encontro da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portugesa), respondeu que a solução é “sermos muito vigilantes”. “Eu sou muito cuidadoso com o que escrevo na internet e com o que digo pelo telefone”, contou.