Itaru Nakamura, o diretor nacional da polícia do Japão, apresentou seu pedido de demissão nesta quinta-feira (25/08), por conta do assassinato do ex-premiê Shinzo Abe, ocorrido em 8 de julho deste ano, em Nara.
O anúncio da renúncia foi feito pelo próprio Nakamura, que afirmou que sua saída acontece após uma investigação constatar que existiram “falhas graves” na proteção que deveria ter sido oferecida a Abe:
“Havia falhas graves nos planos de segurança e nas avaliações de risco em que o plano estava baseado. E as orientações em campo feitas pelo comandante foram insuficientes. A raiz desse problema recai nas limitações do atual sistema, que está sendo aplicado há anos, na qual a polícia local é a única responsável por fornecer a segurança”, afirmou em uma entrevista coletiva.
Nakamura também disse que “assume toda a responsabilidade” do ocorrido e que foram mudanças nas estruturas e nos procedimentos já foram iniciadas para evitar que situações semelhantes se repitam.
Abe foi assassinado por Tetsuya Yamagami, que foi preso imediatamente após o crime, no início de um comício político em Nara. O ex-militar de 41 anos usou uma arma de fabricação caseira para o ataque.
Desde então, relatórios apontam que a segurança do ex-premiê – o mais longevo da história do Japão – apresentava muitas falhas. O chefe da polícia da cidade japonesa também já apresentou sua renúncia.
CSIS/Flickr
Ex-premiê japonês, Shinzo Abe foi assassinado em 8 de julho de 2022
Funeral de Estado
Após um funeral ter sido realizado para familiares e admiradores, o Parlamento do Japão deve aprovar nesta sexta-feira (26/08) uma cerimônia de Estado para a despedida de Abe.
Conforme fontes do Executivo informaram à agência de notícias Kyodo, o funeral deve custar cerca de 250 milhões de ienes – sem considerar os gastos com segurança que deverão ser providenciados pela cidade de Tóquio.
O evento deve ter 6,4 mil convidados, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama e o atual mandatário francês, Emmanuel Macron. Além disso, será criada uma “zona de exclusão aérea” em um perímetro de 46 quilômetros ao redor do Nippon Budokan, onde o corpo será velado.
A decisão de fazer um funeral de Estado está sendo levada adiante pelo premiê atual do país, Fumio Kishida, mas enfrenta resistência da oposição e de parte da opinião pública japonesa.
A última vez que o Japão fez uma cerimônia do tipo para um primeiro-ministro foi em 1967 para homenagear Shigeru Yoshida, o chefe de governo que comandou a nação após a derrota na Segunda Guerra Mundial.
(*) Com Ansa.