O engenheiro chileno André Sougarret, que coordenou no ano passado o resgate dos 33 mineiros que sobreviveram 70 dias presos a 700 metros de profundidade, disse nesta quinta-feira (27/01) que o contratista norte-americano Brandon Fisher não foi o responsável pelo plano, não foi o único participante e tampouco o fez de graça.
“Eles participaram do Plano B, não foram os únicos, nem fizeram nada de graça”, afirmou Sougarret ao jornal chileno El Mercurio, em referência às declarações do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com relação ao papel de Fischer.
Em seu discurso sobre o Estado da União, Obama sustentou que Fisher viu a notícia de 33 homens presos em uma mina chilena e que ninguém sabia como salvá-los. Então, “fez um plano de resgate, conhecido como 'Plano B'. Seus funcionários trabalharam contra o relógio para fabricar o equipamento necessário para o resgate”, disse Obama.
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“Trinta e sete dias depois o 'Plano B' teve êxito e os mineiros foram resgatados. Mas como não queria ser o centro de atenção, Brandon não estava presente quando os mineiros emergiram da terra”, concluiu o presidente.
Sougarret, que após o resgate, concluído em 13 de outubro, foi nomeado subgerente geral de Operações da mina 'El Teniente', da estatal Corporação do Cobre (Codelco), esclareceu que Fisher e sua empresa 'Center Rock' não projetaram o Plano B, mas disponibilizaram os martelos utilizados na perfuradora que chegou até o refúgio onde estavam os mineradores.
“Sem dúvida que sua equipe teve uma participação que nos permitiu chegar ao sucesso. Mas acreditar que foram eles unicamente os responsáveis pelo sucesso é um pouco demais. Não me parece correto”, disse.
Sougarret acrescentou que a contribuição de Fisher também não foi de graça. Sua empresa recebeu US$ 100 mil pelos martelos e a técnica de perfuração desenvolvida pelos americanos foi baseada nas informações obtidas nas pesquisas prévias aos planos das equipes técnicas formadas por funcionários da Codelco e outras empresas mineradoras chilenas.
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