O ministro das Relações Exteriores do Chile, Alfredo Moreno, afirmou nesta quarta-feira (27/09) que o tratado com a Bolívia está “plenamente vigente”, em resposta ao presidente boliviano, Evo Morales, que disse na ONU que o Chile não pode prolongar um aprisionamento geográfico “imposto pela força”.
“É um tratado plenamente válido e vigente, que tem mais de cem anos”, declarou Moreno, segundo um comunicado divulgado pela chancelaria chilena.
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O Tratado de Paz e Amizade de 1904 fixou os limites entre ambos os países e a soberania chilena sobre territórios que a Bolívia perdeu durante a Guerra do Pacífico, entre 1879 e 1884.
Isso significou para a Bolívia a perda de seu acesso ao mar, questão que dificultou desde então as relações entre os dois países.
Moreno desprezou as afirmações do líder boliviano, que disse, durante discurso na Assembleia Geral da ONU, que o documento é injusto. O chanceler chileno argumentou que “o diálogo” é o caminho que ambos os países devem seguir.
Morales disse ontem que “os tratados, como toda obra humana, podem ser modificados”.
O chefe da diplomacia chilena afirmou que o tratado de 1904 estabeleceu direitos para a Bolívia, particularmente de livre trânsito de mercadorias (por meio da região de Antofagasta), “que o Chile sempre cumpriu”.
As relações entre Chile e Bolívia estão suspensas desde 1962, com um parêntese entre 1975 e 1978, quando as negociações sobre a questão fracassaram.