Mais de seis mil pessoas participaram hoje (11/9) da marcha em recordação do 37º aniversário do golpe de Estado que terminou na destituição de Salvador Allende em 1973 e deu início a 17 anos de uma ditadura liderada por Augusto Pinochet.
A manifestação, convocada pela Assembleia Nacional de Direitos Humanos, ocorreu com normalidade, mas terminou com tumultos.
A marcha foi encerrada no Memorial ao Preso Desaparecido do Cemitério Geral, com a participação de familiares de vítimas da ditadura e representantes de organizações sociais e políticas.
Efe
Familiares de vítimas da ditadura chilena lembram o aniversário do golpe em Santiago
Nesse momento, um grupo de pessoas encapuzadas lançou pedras contra a polícia, que respondeu com gases lacrimogêneos e jatos de água. Foram ainda saqueadas duas caminhonetes da imprensa. Os assaltantes levaram as câmeras e o equipamento. Ainda não há um número oficial de presos.
Representantes dos partidos Socialista e pela Democracia realizaram, por
sua vez, homenagens a Allende, aos pés da estatua do ex-presidente, que
morreu no dia do golpe.
Mapuche
Durante a maior parte da manifestação, viu-se também mensagens de apoio aos 34 presos da etnia mapuche em greve de fome, 32 deles há mais de 60 dias sem se alimentar. Os indígenas protestam justamente contra a aplicação da Lei Antiterrorista, da época da ditadura, utilizada hoje para processá-los e prendê-los.
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Bicentenário
Familiares das vítimas da ditadura disseram hoje, no aniversário de 37 anos do golpe militar, que “o Chile não tem nada o que celebrar no bicentenário” da Independência.
“Neste 11 de setembro é difícil lembrar nossas vítimas com a dignidade com que fazíamos todos os anos”, declarou à Agência Efe Mireya García, vice-presidente da Agrupamento de Familiares de Detidos Desaparecidos.
A porta-voz dos familiares das vítimas criticou o presidente Sebastián Piñera, que iniciou seu mandato há seis meses, pondo fim a 20 anos de governos da coalizão de centro-esquerda. “Estamos sob um regime direitista, que participou da ditadura e que até hoje justifica as violações aos direitos humanos”.
O Chile comemorará o bicentenário da independência da Espanha no dia 18 de setembro.
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