Atualizada às 9h35
A China criticou nesta segunda-feira (29/09) possíveis ingerências estrangeiras nos protestos de Hong Kong e destacou que a cidade é chinesa e seus assuntos devem ser discutidos dentro do âmbito da soberania nacional deste país.
“Hong Kong é China”, por isso que os assuntos desse território “são de soberania chinesa”, afirmou Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, durante entrevista coletiva. “Por isso, nos opomos à interferência estrangeira, por parte de qualquer país, nos assuntos internos da China”, acrescentou, em referência às reações de várias nações aos protestos na cidade, que voltou à soberania chinesa em 1997.
Os estudantes de Hong Kong fizeram uma semana de greves e protestos maciços para exigir o voto universal, principalmente para o cargo de chefe Executivo da cidade.
Agência Efe
Jovens voltaram a sair às ruas de Hong Kong nesta segunda-feira (29/09)
Hua Chunying destacou, além disso, que o governo chinês rejeita “formalmente” qualquer tipo de apoio a “atividades ilegais como o movimento Occupy Central”.
O Occupy Central é um movimento de desobediência civil nascido em janeiro de 2013, cujo objetivo é paralisar a atividade no distrito Central, o coração financeiro e comercial da cidade, se o governo local e o de Pequim não chegarem a um acordo para a instauração do voto universal sem restrições em Hong Kong para o próximo pleito, em 2017.
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Hua qualificou de “assembleia ilegal” os protestos que acontecem em Hong Kong desde o fim de semana passado e que “debilitam a ordem social e o Estado de direito” no território, que é uma região administrativa especial da China.
Outro comunicado, publicado pela agência estatal Xinhua, argumentava que Pequim se opunha “firmemente a atividades que possam causar danos à aplicação da lei e colocar em risco a tranquilidade social”.
Apesar do posicionamento chinês e da repressão da polícia local, que deixou ontem ao menos 27 feridos e 78 presos, novos protestos foram realizados hoje em Hong Kong.
Apoio a Hong Kong
Líderes do movimento estudantil que ocupou o Parlamento de Taiwan em março de 2014, Lin Fei-fan, Chen Wei-ting e Huang Kuo-chang consideraram que o mecanismo “um país, dois sistemas” fracassou em Hong Kong.
Huang fez um apelo a Taiwan e à sociedade internacional a enviar uma mensagem clara a Pequim para que “não achate a democracia em Hong Kong”.
“Se há qualquer tipo de derramamento de sangue em Hong Kong devido à repressão policial, não ficaremos parados. Sairemos à rua”, disse Huang, pesquisador no Conselho Superior de Pesquisas de Taiwan.
(*) com Agência Efe