Governos, ONGs e organizações internacionais se reúnem a partir desta segunda-feira (4/10) na Conferência de Mudança Climática de Tianjin, em um encontro em que a China deseja mostrar seu compromisso na luta contra o aquecimento global. Três mil representantes de 170 países se reúnem até o dia 9 de outubro nesta cidade chinesa, situada a 150 quilômetros de Pequim, com o objetivo principal de mostrar que é possível negociar e se chegar a um acordo em novembro e dezembro em Cancún, evitando o fiasco que foi a Cúpula de Copenhague, no final do ano passado.
Esta é a primeira reunião promovida pelas Nações Unidas sobre mudança climática realizada na China, o que, segundo os participantes, é uma importante conquista e uma demonstração de que o país asiático, atualmente o maior emissor mundial de dióxido de carbono, está disposto a assumir compromissos.
A secretária executiva da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática, Christiana Figueres, destacou que há dados que geram otimismo em relação a Cancún, especialmente no terreno financeiro, já que as nações desenvolvidas parecem ter avançado na criação de um fundo para ajudar os países em desenvolvimento a lutar contra a mudança climática. Ela declarou que “já estão disponíveis de dólares 28 bilhões dos de dólares 30 bilhões para esse fundo”, que deve começar a funcionar a partir de 2011 ou 2012. Ela também elogiou a China por sediar esta conferência, que não estava prevista para este ano, mas que “o país asiático foi capaz de preparar em dois meses”. Ela ressaltou que a China mostrou interesse em lutar contra a mudança climática com compromissos como a redução das emissões de carbono (cerca de 40-45% a menos até 2020), mas também pediu a Pequim que “mostre sua liderança e seja mais flexível” nas negociações.
Por outro lado, a secretária reconheceu que não vai ser fácil obter um acordo em Cancún, mas esclareceu que, diferentemente de Copenhague, essa já não é a prioridade, mas “sentar as bases para que esse acordo seja possível no futuro”, como na cúpula de Johanesburgo, em 2011.
Grandiosidade
Um dos chefes da delegação da União Europeia (UE) em Tianjin, Artur Runge-Metzger, destacou em entrevista coletiva que é possível conseguir um acordo concreto no México, já que, caso contrário, todos estes anos de negociações “vão perder sua legitimidade”. Também não parece que a China vá aproveitar seu papel de anfitrião das negociações para fazer grandes anúncios como o do ano passado antes da Cúpula de Copenhague, no qual comprometeu-se a reduzir entre 40% e 45% as emissões de carbono em 10 anos.
“A China não vai anunciar nada grandioso aqui, terá que esperar a discussão do próximo plano quinquenal, em meados de outubro”, destacou Yang Ailun, da organização ambientalista Greenpeace.
As ONGs advertem que o planeta está dando demonstrações da urgência que existe na hora de mudar mentalidades, como as inundações no Paquistão e na China e os incêndios florestais na Rússia.
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