Os líderes da coalizão tripartite do governo grego não chegaram a um acordo sobre a crise originada pelo fechamento da radiotelevisão pública ERT, aprofundando um impasse que já dura nove dias e aponta para uma ruptura no poder.
O primeiro-ministro Antonis Samaras parecia próximo de negociar com seus dois parceiros de coalizão no início desta semana, durante as duas primeiras conversas sobre o tema, mas as três partes divergiram novamente nesta quinta-feira (20/06).
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Fotis Kouvelis, líder do Dimar (Esquerda Democrática, no nome em grego), assinalou que na reunião de hoje não se chegou a um acordo, mas não esclareceu se deixará a coalizão. Fontes oficiais disseram que está prevista uma reunião entre membros da Esquerda Democrática amanhã, para discutir o posicionamento do partido em relação a esse assunto.
O chefe do social-democrata Pasok, Evangelos Venizelos, reconheceu que a coalizão está com problemas e que as conversas em torno da ERT fracassaram, mas considera que é melhor permanecer no governo. “A situação para o país, a economia e seus cidadãos é especialmente grave”, disse Venizelos. “Nós queremos que o governo continue como uma coalizão tripartite e estamos chamando a Esquerda Democrática para participar no restabelecimento da cooperação”, completou.
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Samaras montou uma coalizão com os dois líderes de esquerda assim que entrou no poder, um ano atrás. Seu desejo é uma emissora de transição com pouca equipe que transmita apenas programas gravados, enquanto seus aliados querem que a ERT volte a funcionar exatamente como era até que a versão menor seja lançada.
A radiotelevisão pública continua fora do ar, a despeito da ordem de um tribunal administrativo emitida na segunda-feira (17/06), ordenando o restabelecimento do sinal. Tanto Kouvelis quanto Venizelos responsabilizam Samaras pela crise, por não ter aceitado cumprir a decisão. Samaras decidiu convocar um Conselho de Ministros, no qual só estão presentes os ministros de seu partido convervador.