Os governos da Colômbia e dos Estados Unidos assinaram hoje (30) o acordo que permitirá o acesso de soldados norte-americanos a pelo menos sete bases militares em território colombiano, informaram fontes do Ministério das Relações Exteriores, em Bogotá. O texto deve passar agora pelo Congresso norte-americano. O Legislativo colombiano não analisará o acordo, conforme anunciou essa semana o ministro das Relações Exteriores colombiano, Jaime Bermúdez.
O documento foi assinado por Bermúdez e pelo embaixador norte-americano em Bogotá, William Brownfield (foto abaixo, com o ministro da Defesa colombiano, Miguel Silva e o do Interior e Justiça, Fabio Valencia). Os dois formalizaram o acordo em um ato privado realizado no Palácio de San Carlos, sede da Chancelaria colombiana, no centro de Bogotá.
Marina Maldonado/Prensa Cancillería Colombia/EFE
“Para nós é muito positivo, (…) é, além disso, uma necessidade, e a região terá benefícios também”, declarou o comandante das Forças Militares, o general Freddy Padilla de León
Em 21 de julho o governo colombiano divulgou um comunicado no qual dizia estar em fase avançada de negociações com os Estados Unidos para a liberação de cinco bases militares aéreas nacionais (às quais, provavelmente, serão somadas às duas bases navais), para uso deste país. Mal foi recebida, a notícia suscitou fortes reações de analistas e da opinião pública colombiana e, especialmente, da comunidade internacional.
O presidente colombiano Álvaro Uribe teve de fazer logo em seguida ao anúncio um tour diplomático pelos países que pediram mais explicações quanto ao acordo. Uribe manteve reuniões com o presidente Lula, Alan García (Peru), Michelle Bachelet (Chile), Fernando Lugo (Paraguai), Cristina Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia) e Tabaré Vázquez (Uruguai).
Apaziguamento
Em reunião ontem (29) com Bermudéz a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, tentou tranquilizar os países da região, afirmando que o acordo com a Colômbia não afetaria a estabilidade da região. De acordo com Hillary, o acordo permitirá que ambos os países prossigam “enfrentando o narcotráfico, os terroristas e outros grupos ilícitos na Colômbia”.
A secretária de indicou que não haverá bases militares dos Estados Unidos na Colômbia, e sim a permissão para que militares norte-americanos possam utilizar as bases colombianas para suas operações. Washington não tem a intenção de enviar uma grande quantidade de militares ao país sul-americano, somente os estritamente autorizados pelo Congresso.
“Bermúdez e eu falamos da cooperação bilateral em termos de defesa que nossos países esperam conquistar em um futuro próximo. Isso assegura as garantias para nosso contingente militar”, comentou Clinton.
Parceiros
Já o ministro das Relações Exteriores colombiano destacou que os Estados Unidos se tornaram um aliado fundamental da Colômbia para a luta contra o terrorismo e o narcotráfico, e afirmou que a dificuldade em combater as ameaças à segurança do país contribuíram para o alinhamento com os norte-americanos.
“A comunidade internacional é muito generosa ao expressar solidariedade pela morte de pessoas pelo tráfico, mas às vezes encontramos pouca cooperação para por um fim nisso”, explicou Bermúdez.
Ele destacou que os nos Estados Unidos encontraram “um sócio, um aliado, um país que acompanha de perto”, e destacou a “excelente” relação bilateral que mantêm os dois países.
NULL
NULL
NULL