O Ministério das Relações Exteriores colombiano informou que as negociações do acordo militar com os Estados Unidos, que permite o uso de bases militares da Colômbia por tropas norte-americanas, chegaram ao fim.
“Dito acordo reafirma o compromisso das partes na luta contra o narcotráfico e o terrorismo”, diz um breve comunicado oficial divulgado nesta sexta-feira.
O anúncio da instalação das bases provocou mal-estar na América do Sul e foi alvo críticas de diversos países, especialmente da Venezuela e do Equador, com quem a Colômbia teve as relações diplomáticas abaladas.
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O texto final do acordo ressalta que agora os termos “passam à revisão técnica pelas instâncias governamentais de cada país para sua posterior assinatura”. O pacto deve ser assinado dentro de duas semanas, segundo informações da Agência EFE.
A negociação foi definida por uma comissão colombiana que viajou a Washington nesta quarta-feira para detalhar os pontos finais do acordo. O grupo é integrado por membros dos ministérios colombianos de Interior e Justiça, Relações Exteriores e Defesa.
O convênio permitirá que militares norte-americanos usem até sete bases colombianas para operações conjuntas de luta contra o tráfico de drogas, as quais eram realizadas anteriormente na base equatoriana de Manta, cuja concessão não foi renovada pelo presidente do Equador, Rafael Correa.
Segundo o presidente venezuelano, Hugo Chávez, esse acordo poderia trazer “ventos de guerra” para a América do Sul.
Retomada do diálogo
O presidente colombiano, Álvaro Uribe, afirmou nesta sexta-feira (14) que o diálogo com os governos de Equador e Venezuela pode ser retomado para recompor as relações diplomáticas com estes países, ao mesmo tempo em que disse que o acordo militar com os Estados Unidos deve se projetar para todo o continente.
“Eu acho que pode haver um diálogo com o Equador, e o mesmo com a Venezuela”, disse Uribe na Assembleia da Associação Nacional de Empresários Colombianos (Andi), em Medelin.
Uribe voltou a pedir perdão a Quito pela incursão de março de 2008 em território equatoriano, em uma operação contra um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
“Esse assunto de nossa incursão à selva equatoriana nesse bombardeio contra [Raúl] 'Reyes', eu peço perdão por isso. Já dissemos isso na República Dominicana”, explicou o presidente.
Sobre o acordo de cooperação militar com os Estados Unidos, disse que não exclui que a Colômbia estabeleça outros pactos com países vizinhos. “Que bom seria se pudéssemos integrar todos”, argumentou Uribe, que reafirmou a vontade do governo colombiano de combater o terrorismo.
Quito, além de romper relações diplomáticas com Bogotá, também impôs salvaguardas tarifárias às exportações da Colômbia, medida recentemente suavizada por uma decisão da Comunidade Andina de Nações (CAN).
A Venezuela, por sua vez, congelou as relações diplomáticas e comerciais com a Colômbia, pelas acusações de Bogotá de desvio de armas à guerrilha das Farc.
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