As forças argelinas conseguiram derrotar neste sábado (19/01) o grupo armado que invadiu um campo de tratamento de gás na última quarta-feira (16/01) e manteve centenas de trabalhadores como reféns, informaram autoridades argelinas citadas por agências locais. Pelo menos 23 reféns e 32 insurgentes morreram na operação do Exército da Argélia que teve início nesta quinta (17/01) com o bombardeio do complexo industrial.
Efe
Insurgentes tomaram controle de complexo industrial, localizado no deserto da Argélina, nesta quarta (16/01) e fizeram centenas de reféns, incluindo estrangeiros
A investida deste sábado (19/01), descrita por oficiais como “ataque final”, terminou com a morte de pelo menos 32 insurgentes e 7 reféns, segundo dados citados pela Agência Efe. Oficiais argelinos anônimos responsabilizaram os rebeldes pelas mortes, mas não está claro se foram vítimas de confronto, dos próprios sequestradores ou da investida argelina.
Ainda não existem informações de como foi realizada a operação deste sábado (19/01).
A crise dos reféns eclodiu nesta quarta-feira (16/01) quando um grupo armado sequestrou centenas de argelinos e dezenas de estrangeiros que trabalhavam em um campo de gás no deserto da Argélia, próximo à cidade de In Aman. Na quinta (17/01), o governo argelino lançou uma operação militar contra a zona residencial do complexo, onde estava preso o maior grupo de reféns. O campo é operado pela companhia petrolífera Noruega Statoil, a argelina Sonatrach e a britânica BP.
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As autoridades locais declararam neste sábado (19/01) o balanço total de mortos, feridos e o número de sequestrados. No entanto, de acordo com os dados oficiais , 685 argelinos e 107 estrangeiros foram libertados desde o início do sequestro, sobretudo na sexta-feira (18/01).
Jornais locais diferem da contagem do governo e apontam um balanço provisório com maior número de vítimas. A agência estatal argelina APS indicou que apenas na quinta-feira (18/01), pelo menos 18 membros do grupo armado teriam sido mortos. Há relatos de uma fonte da agência mauritana ANI de que 35 reféns e 16 sequestradores foram mortos no bombardeio. A rede de TV Al-Jazeera informou sobre a morte de 34 reféns, citando suas próprias fontes.
A companhia estatal argelina Sonatrach, que opera o campo de gás junto com a britânica BP e a norueguesa Statoil, assegurou em comunicado que os terroristas tinham colocado minas em vários pontos do complexo. “Neste momento, equipes especializadas do Exército argelino estão realizando uma operação para retirar as minas antes de retomar as atividades no campo de gás”, disse a nota.
Responsabilidade
O premiê líbio, Ali Zidan, negou neste sábado (19/01) que o ataque ao campo de gás tenha sido planejado na Líbia, como sustentam autoridades argelinas.
Efe
O argelino Mojtar Belmojtar, da “Brigada dos Mascarados”, assumiu a autoria do ataque e exigiu saída de forças internacionais do Mali
De acordo com o governo da Argélia, a operação foi organizada e supervisionada pelo argelino Mojtar Belmojtar, da “Brigada dos mascarados”, que supostamente se encontrava na Líbia, localizada há poucos quilômetros do complexo industrial.
Belmojtar reivindicou a autoria do ataque e afirmou que foi realizado por uma célula conhecida como “Signatários com Sangue”, criada em dezembro para tomar represálias em caso de uma intervenção militar internacional no Mali contra os grupos religiosos extremistas que controlam desde junho o norte do país.