O conflito entre os separatistas armênios de Nagorno-Karabakh e o Azerbaijão se intensificou no fim de semana com as denúncias de ataque a uma segunda cidade azeri e, conforme os dados oficiais, já são 244 mortos no confronto – com cerca de 40 civis.
Apesar do governo da Armênia, que apoia os separatistas, negar o ataque, os líderes do grupo rebelde confirmaram que destruíram uma base militar na cidade de Ganja. Por sua vez, o governo da Turquia – que apoia Baku incondicionalmente – afirmou que as Forças Armadas de seus aliados reconquistaram 22 centros habitados ao redor da região de Nagorno-Karabakh.
O confronto entre separatistas e azeris começou na madrugada do dia 27 de setembro, mas não se sabe ao certo quem recomeçou o conflito – que estava sem ações bélicas desde o início de 2016, porém, em menores proporções. Ambos os lados fazem acusações mútuas de ter iniciado o combate.
Diversos órgãos internacionais, como o Conselho de Segurança das Nações Unidas e a União Europeia, fizeram apelos para um cessar-fogo imediato e a retomada das negociações de paz, mas Erevan não se mostra interessada em conversas nesse momento.
Além das entidades, os governos da Rússia, Alemanha, França, Itália e Estados Unidos também fizeram o pedido pelo fim dos combates e articulam uma frente de negociações. Nesta segunda-feira (05/10), foi a vez do Irã também se unir ao coro.
Wikimedia Commons
Conflito na região de Nagorno-Karabakh começou no fim da década de 1980 e até hoje não há uma solução para o impasse
Segundo o ministro das Relações Exteriores de Teerã, Saeed Khatibzadeh, o governo local está trabalhando para conseguir um acordo de cessar-fogo ao lado do seu homólogo russo.
Porém, a Turquia se mantém firme na postura de apoiar Baku a qualquer custo e exige que, para haver negociação, é preciso que a “Armênia retire-se do território do Azerbaijão”.
O conflito na região de Nagorno-Karabakh começou no fim da década de 1980, com o fim da União Soviética, e até hoje não há uma solução para o impasse. Em 1988, os moradores da área que são de origem armênia declararam sua independência do Azerbaijão, em ato que não foi reconhecido internacionalmente.
Até os primeiros anos da década de 1990, o conflito armado causou cerca de 30 mil mortes e foi encerrado após um início de tratativas para um acordo de paz. No entanto, as conversas pararam e nunca foram retomadas de fato. Assim, Baku considera que a região autônoma faz parte de seu território.
(*) Com Ansa.