Uma pessoa morreu e outras dez ficaram feridas nesta quinta-feira (13/03) na cidade de Donetsk, no leste da Ucrânia, em um confronto entre defensores da integridade territorial do país e partidários da Rússia.
O departamento de Saúde da administração regional de Donetsk informou que o episódio violento ocorreu durante uma manifestação pró-Ucrânia e contra o separatismo.
Agência Efe
Imagem do conflito desta quinta-feira, em Donetsk
Desde o início dos protestos no país, em novembro, e, em especial, após a derrubada do presidente Victor Yanukovich, diversas regiões da Ucrânia demonstram interesse em se ligar à Rússia, se afastando da União Europeia. A Crimeia, que realiza referendo neste final de semana, é apenas o caso mais grave de separatismo.
ONU
O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, denunciou hoje no Conselho de Segurança da ONU uma “agressão militar” russa contra seu país, mas insistiu que seu governo está disposto ao diálogo para resolver a crise.
“Meu país sofreu uma agressão militar por parte de um país vizinho, que é um membro permanente” do Conselho e que violou a Carta da ONU, afirmou Yatseniuk em discurso na reunião do órgão das Nações Unidas.
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O primeiro-ministro disse acreditar que há uma “oportunidade de resolver este conflito de forma pacífica” e para este fim pediu o retorno das tropas russas a suas bases.
Yatseniuk ressaltou que “esta agressão não tem razão nem motivo” e considerou “absolutamente inaceitável” que no século XXI disputas sejam resolvidas “com tanques, artilharia e forças de terra”.
O político também lembrou que em 1994 seu país renunciou a seu arsenal nuclear, que tinha herdado da extinta União Soviética e então era o terceiro maior do mundo, e, com o chamado Memorando de Budapeste (um de cujos signatários foi Rússia), foi garantida a independência e a soberania nacional da Ucrânia.
Por isso, Yatseniuk advertiu que, se não for respeitado agora esse acordo, “será muito difícil convencer alguém a não ter armas nucleares”, o que “enfraqueceria” todo o sistema internacional de não-proliferação. E segundo ele, isso faz com que a atual crise seja muito maior que um conflito regional, por ir “além das fronteiras da Ucrânia”.
Yatseniuk reiterou que o governo ucraniano “foi totalmente claro” em sua disposição de dialogar com a Rússia, que até agora “violou todos os tratados e acordos” seu país.
O primeiro-ministro, que também se pronunciou em russo ao embaixador de Moscou, Vitaly Churkin, lembrou que esta é a sexta vez que o Conselho de Segurança discute esta crise em duas semanas. A Rússia não confirma o envio de tropas para a Ucrânia.