O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente da França, François Hollande, anunciaram nesta segunda-feira (30/11) o lançamento de uma aliança internacional que deverá investir em energia solar em países em desenvolvimento. O anúncio ocorreu durante a COP21, conferência da ONU sobre o clima que está sendo realizada em Paris.
Segundo Modi, a Iasta (Agência Internacional para Tecnologias Solares e Aplicações, na sigla em inglês), que inclui mais de 120 países, tem como objetivo disseminar a energia solar pelo mundo a um custo menor do praticado até o momento.
EFE
Segundo o primeiro-ministro indiano (à direita), os países ricos não podem impor o fim do uso de fontes poluentes de energia
“A tecnologia solar está evoluindo, os custos estão caindo e a conectividade está melhorando. O sonho do acesso universal à energia limpa está se tornando mais real. Essa será a fundação da economia nova para o século novo”, declarou Modi.
“Estamos colocando em prática uma vanguarda de países que acreditam nas energias renováveis”, afirmou o presidente francês, François Hollande. Ele pontuou que a aliança “multiplicará as instalações de energia solar e criará uma demanda cada vez maior”.
“A ideia é que mercados e volumes maiores levará a custos menores, tornando possível que a demanda seja impulsionada”, declarou Ajay Mathur, principal negociador da Índia e porta-voz da iniciativa na COP21.
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Empresas do setor privado fazem parte da aliança, incluindo companhias francesas (Areva, Engie e HSBC France) e indianas (do Tata Group, um dos maiores conglomerados da Índia).
Modi afirmou, no entanto, que as fontes energéticas convencionais ainda são necessárias e que a Índia precisa da energia de combustíveis fósseis para impulsionar o crescimento econômico do país.
O governo indiano vai investir inicialmente cerca de US$ 30 milhões para o estabelecimento da sede da Iasta na Índia e tem como objetivo arrecadar US$ 400 milhões com taxas de participação e agências internacionais. O anúncio da Iasta se dá pouco após à divulgação de compromisso dos EUA e outros 18 países de prover 20 bilhões de dólares para pesquisas em energia limpa até 2020.
Na COP21, a Índia apresentou a proposta de possuir 40% da sua energia vinda de fontes renováveis até 2030, ano em que deverá ser o país mais populoso do mundo, com 1,45 bilhão de habitantes, de acordo com projeções. Segundo o site Climate Action Tracker, que tem monitorado e avaliado as propostas enviadas por cada país à COP21, a promessa indiana – assim como a brasileira – é “mediana” e “pouco ambiciosa”, exigindo “muito mais esforço” de outros países para que o aumento da temperatura média global se mantenha abaixo dos 2 graus Celsius.