A Coreia do Norte parece ter religado um reator nuclear capaz de produzir plutônio para armas, segundo imagens de satélite divulgadas nesta quinta-feira (12/09) por especialistas do Instituto EUA-Coreia da Universidade John Hopkins, que acompanha de perto o programa nuclear dos norte-coreanos.
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Nas fotos, tiradas em 31 de agosto, pode-se ver vapor branco saindo de um edifício próximo às turbinas a vapor e aos geradores elétricos do complexo nuclear de Yongbyon. Pyongyang já havia anunciado que reativaria o reator, gerando tensão com o governo da Coreia do Sul. Desde então, as relações entre os dois países melhoraram, culminando no anúncio da reabertura do complexo industrial em Kaesong, com o risco de serem prejudicadas novamente agora.
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O Instituto EUA-Coreia diz que o reator é capaz de produzir, em um ano, 6 kg de plutônio, o necessário para duas armas nucleares, e acredita que a Coreia do Norte já possui entre 34 e 36 kg, o suficiente para cerca de 12 munições.
Agência Efe
Foto tirada por satélite do reator de Yongbyon em 2004, quando ainda estava em atividade; complexo foi fechado em 2007
“A coloração branca e o volume são consistentes com o vapor sendo ventilado porque o sistema de geração elétrica está prestes a entrar em operação, indicando que o reator está operando ou próximo de começar”, escreveram Nick Hansen e Jeffrey no 38 North, o site do Instituto.
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Uma autoridade norte-americana, que preferiu permanecer anônima, disse à Reuters acreditar que a Coreia do Norte religou o reator, afirmando que a quantidade de vapor sugere que testes estão sendo feitos. A autoridade afirmou ainda que os norte-coreanos “querem criar um fato consumado e ser aceitos como um poder [nuclear] e um Estado com armas nucleares”. A única maneira de enfrentá-los seria “elevar o custo para eles por escolherem esse caminho e aumentar a pressão multilateral, com a China como um participante ativo”.
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Uma fonte diplomática da Rússia também confirmou que há atividade em Yongbyon e advertiu que a possível reabertura de seu reator seria “um grande risco” pelo desastroso estado da instalação.
O governo da Coreia do Sul, por sua vez, declarou que analisa “de maneira exaustiva” as imagens de satélite e os relatórios que apontam o reinício das atividades do reator de Yongbyon, mas afirmou que ainda não pôde confirmar sua veracidade.
“Estamos analisando de maneira exaustiva todos os dados”, comentou uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores sul-coreano, após explicar que “os serviços de inteligência sul-coreanos ainda não confirmaram a veracidade ou não dos dados divulgados”.
Em abril, já haviam sido publicadas imagens que mostravam que a Coreia do Norte tinha começado a realizar obras nas instalações de Yongbyon, fechadas em 2007 em virtude de um acordo assinado no marco das negociações para a desnuclearização do país.
Após as sanções impostas em março pela ONU à Coreia do Norte devido a seu teste atômico do mês anterior, o governo de Kim Jong-un endureceu ainda mais sua postura e firmou o desenvolvimento de armas nucleares como política de dissuasão contra Coreia do Sul e EUA.