O presidente do Equador, Rafael Correa, incentivou a visita de uma delegação da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) ao seu país. O objetivo da comitiva seria averiguar a situação da liberdade de expressão em seu país.
“Que venham quantas vezes quiserem. Seja bem vinda [presidente da CIDH, Catalina Botero]. Que venha e veja se existe atentado contra a liberdade de expressão, censura e todas as barbaridades que dizem”, afirmou Correa.
O chefe de Estado ainda acrescentou que está disposto a acolher as recomendações que o organismo vier a fazer “sempre e quando sejam razoáveis, porque [eles] também podem estar equivocados”.
Correa apontou que os representantes do organismo “estão muito influenciados por grupos que têm uma capacidade de pressão extremamente grande”.
A decisão foi feita após a CIDH receber em Washington, na última terça-feira, diversos representantes de meios de comunicação, sindicatos jornalísticos e organizações equatorianas que apresentaram denúncias sobre a violação à liberdade de expressão no país.
Funcionários do governo, como o ministro de Relações Exteriores, Ricardo Patiño, no entanto, também foram ouvidos durante a audiência.
Correa apontou como ponto positivo do processo que “puderam ser reconhecidos oito grupos, na verdade oito famílias, que manipulam a comunicação nacional”, algo que classificou como “gravíssimo”.
“Eu continuarei dizendo quantas vezes forem necessárias a certos meios que são corruptos, que são uma máfia, que sofrem da falta de profissionalismo”, afirmou o presidente do Equador.
Jornalistas equatorianos pediram que a CIDH visitasse o Equador e que pedisse a Correa que “desistisse dos processos movidos contra jornalistas”. O diretor do grupo Fundamedios, César Ricaurte, acredita que pelo menos 20 jornalistas e meios de comunicação estão sendo processados atualmente.
O caso mais polêmico diz respeito ao jornal El Universo. Em março, Correa processou, na qualidade de cidadão, os diretores da publicação após um editor ter escrito que o mandatário ordenou “abrir fogo” durante a rebelião policial de 30 de setembro do ano passado.
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